sexta-feira, setembro 02, 2005

A NOSSA FALA XXIII - PASMONA

A religiosidade é a essência do Homem, dizia Émile, um intelectual francês do século XIX. A religiosidade institucionalizada transforma-se em Igreja e adquire o direito de estabelecer a classificação do que é sagrado ou do que é profano. Os ritos sagrados são bons e devem ser seguidos, os ritos profanos são maus e devem ser abandonados. “A” verdade reside no sagrado, logo, o sagrado acha-se no direito de se poder aproveitar do profano, vai daí, encaixa à vontade festas em solstícios e equinócios já celebrados. A porra é quando o profano se quer aproveitar do sagrado. Sujeita-se, pois claro. Vem isto a propósito do dia dedicado a louvar o senhor S. Bartolomeu e de alguns ritos…mais ou menos profanos. O povo é religioso, o povo tem fé, o povo segue os dogmas da Santa Igreja Católica Apostólica Romana mas…há situações…

Quando Natanael, cidadão israelita, contemporâneo do Cristo, decidiu segui-Lo, não podia saber que, por via da sua fé, havia de ser martirizado – rezam as crónicas que terá sido esfolado vivo e frito em azeite - algures no oriente, por via disso chegaria a santo e, por via disso, daí a 20 séculos havia de ser louvado numa pequena aldeia da beira interior de Portugal, já com o nome de Bartolomeu, ou, como sempre se referia a ele a minha avó, o Senhor San Bartlameu, ou ainda San Bertlomeu como lhe chama ainda hoje o Ti Miguelito.

Apresenta-se ele empunhando uma faca na mão direita e a segurar o diabo por uma corrente com a mão esquerda. Todos os anos, no vigésimo quarto dia do mês de Augusto lhe organizam uma festa com o seu nome e o levam em cima de um andor em procissão, outeiro acima cavacal abaixo, a Banda de Aldeia de João Pires pá pá párá pá pá, pó tchim, pó tchim enquanto o sino não pára o dlim dlim dlão, dlim dlim dlão, para o deixarem uma temporada na capela do Espírito Santo.

Diz o povo que nesse dia, porque a festa é dele, concede um dia de liberdade ao diabo, para ambos se poderem divertir. O santo fica-se ali mesmo pelo recinto, a tirar a barriga de misérias, a beber bejecas fresquinhas e a comer frango assado, pipis, moelas, bifanas, cachorros quentes com muita mostarda, chanfana, o que mais haja, e, claro, a bailar com solteiras e casadas metido na pele de quem muito bem lhe apetecer. O diabo, esse dedica-se a fazer o que mais gosta, ou seja, diabruras. Ora, já se está a ver o que pode acontecer quando o diabo anda à solta. Pode acontecer que alguém caia para o poço quando está agarrado à burra a tirar água para regar os tomates os pimentos, as beringelas e restantes hortícolas, que os cães apareçam a praticar actos homosexuais, que um furacão destrua cidades nos Estados Unidos, que apareçam muitos incêndios em Portugal, que os burros fiquem de caganeira, que o governo tome medidas drásticas, que aconteçam inundações em vários países do mundo, que as pitas saltem para cima dos galos, que as raparigas andem também mais soltas e os marotos dos rapazes se aproveitem, que o Benfica não ganhe nem em casa, enfim, que não me saia o euromilhões a mim. No dia seguinte, preso novamente o diabo, o ressacado S. Bartolomeu tem de andar a emendar o que pode.

Na tarde desse mesmo dia, também fazem um “ramo” ao santo padroeiro, onde o povo lhe oferece pão, bolos variados, azeitonas, feijão, vinho, e… pitos vivos. Os pitos têm de ser mesmo vivos.

Consta, então, que algum povo, católico, crente, cliente infalível da dominical eucarística, insuspeito, portanto, cede à tentação - mais um indício de que o diabo anda mesmo à solta - de atentar contra os dogmas da Santa Igreja Católica Apostólica Romana com ritos eminentemente profanos. Um povo deita duas moedas na caixa do santo e uma na do diabo (pelo sim, pelo não). Outro povo, mais sofisticado, chega-se sorrateiramente ao pé do martirizado Natanael, pede-lhe a faca emprestada por uns momentos e corta o pão ou o bolo que comprou no ramo, ou, esfrega o pito nas suas barbas.

Naquele ano, bem custou à Ti Maria Chebarrêra dar aquele dinheirão pela bandeja com o pão de ló e a garrafa de vinho do Porto, mas tinha-lhe dito quem sabia que o bolo tinha de ser comprado no ramo do Senhor San Bartlameu e depois tinha de cortar uma fatia com a abençoada faca. Escolheu a hora em que Ti Miguelito, o guardião do santo se foi a verter águas. Quando entrou, já lá estava a velha Júlia Jonja às voltas com a faca que o santo segurava vigorosamente, enquanto com um pé acalcava a boca da saca onde um galo pedrês se debatia ingloriamente.
- Atão no sai, Ti Julha? Ande qu’eu a ajudo.
Desarmado o israelita, apressaram-se, uma a cortar a fatia do bolo, a outra a picar a crista do galo e a esfregá-lo nas barbas da escultura. Mocha como está a faca, a operação precisou de mais tempo do que o previsto, para além de esfarelar abundantemente o pão de ló, espalhando migalhas pelo soalho de madeira da capela, o que significava uma pista comprometedora . A velha Jonja esteve vai não vai para soltar um palavrão perante tantas contrariedades, mas lembrou-se do local onde estava e conteve-se. Já estavam a devolver a faca quando entra a velha Catrina Cástá:
- Rais vos pelem. Se o senhor prior vos vê reza-vos um responso. Vá! aviar-vos lá qu’ê fico aqui de guarda, Nosso Senhor me perdoe.
À saída ainda viram o Miguelito que já lá vinha de pernas arqueadas agarrado à portinhola. Largaram as duas ligeiras Lagariça acima.
- Parece que ninguém nos viu, ó Ti Julha.
- Deus queira que não, filha. Atão quem é que está mal?
- É a minha netinha, anda munto PASMONA. Ê bem diche à mnha Clara pa no andar com comédias logo a seguir à boda, porque era Lua Nova, mas eles andavam co fogo no rabo, agora a garota anda mesmo PASMONA. Amanhein já le dou o bolinho…
- Olha, filha, atão é como as minhas pitas, também andam umas PASMONAS. Atão tu no vês que já vou no tarcêro galo, já as dêtei tanta vez, intéi uma cócó, e no há manêras delas trérem nada, os ovos sempre gorados, sempre gorados. Agora vou a exprimentér com este galito.
- Olhe, bô sorte Ti Julha.
- Bô sorte pra ti tamém, filha, e pá tu netinha, coitadinha.

21 comentários:

Anónimo disse...

Isto do sagrado e do profano tem muito que se lhe diga. O problema é precisamente esse:que dizer? Não é fácil tecer comentários ao excelente texto e muito menos ao denso comentário que antecede.
Afinal, isto é tudo muito relativo. O que é sagrado para uns não é sagrado para outros. Por exemplo, para mim, sagrado é: sair com os amigos todas as sextas-feiras à noite (pelo menos), dormir até às 11 AM (no mínimo), ler um bom livro antes de ir para a cama, ver a série da TV CSI Miami (e outras), tomar um banho de espuma pelo menos uma vez por semana (e um duche rápido para poupar água nos restantes dias), e outras coisas que não se proporciona agora referir por tornar muito extensa a lista.
E vós o que tendeis a dizer sobre este assunto? O que é que para vós é sagrado?
Vá, coragem, partilhai connosco...

Anónimo disse...

Triste/alegre
feio/bonito
dia/noite.......

sagrado/profano,....uma é apenas o antónimo da outra, só assim as poderiamos perceber ?!!!

Quanto ao nosso santinho, contava uma vizinha minha, (muito adversa às coisas do sagrado), que ele tinha trocado de lugar com o diabito, daí ter que se oferendar qualquer coisa para que o santo (de pau oco) voltasse ao seu lugar !!! Essa história era muito mais interessante do que a suposta verdadeira, pelo menos eu achei-lhe graça durante muito tempo !

Essa dos pitos e pitas, não ?! serem vivos nunca me ocorreu que não fossem para o jantar daquele dia, afinal eram eles que iam comer a pita.....

Anónimo disse...

Respondendo a questão de apocryphu, tentando não deixar cair. Para mim o sagrado tem por estranha coincidência, o mesmo tipo de prazer numa rotina muito idêntica, onde se inclui o CSI Miami e apenas se exclui o banho de espuma.
Talvez a diferença esteja no meu lado profano. Pois raramente gozo o prazer dessa sagrada rotina, será que não acredito no sagrado ou serei autoprofano por natureza. Em qualquer dos casos viva o São Bartelomeu.

Anónimo disse...

O sagrado, o profano ao contrário do que li, nunca foram uma antitese, tão pouco o contrário. Assim nos fizemos á ideia e pronto. O profano não mexe com o sagrado, nunca, logo apenas se associam por via da falsa antitese. O profano não perturba o sagrado é porventura um complemento, a terceira parte de um jogo de futebol, mas sem bola, por exemplo festejar a vitória no jogo, mas já sem o boné do Benfica. Assim sendo, pode-se ser as duas coisas, acreditar no sagrado e ser profano, logo não sejam profanos quando pensam que estão a ser sagrados.

Mudando de assunto, não é faccil amigo lapaxeiro, escrever numa outra prespectiva de analise á posterior, mas tambem é mais tentador,( minha opinião ) um ok pra ti, o outro lapaxeiro só pode estar orguloso.

Eu pessoalmente não sei qual mais gosto de ler.

Anónimo disse...

Ter o privilégio de escrever um com. onde está a assinatura do Changoto, não é pra todos, ter a percepção de de ( "não gagejes" ) não ter estado muito mal, um alivio pessoal, tentar não ser sabujo, uma dificuldade, clarificar o meu conhecimento, uma tentação, ler a minha nota no sobliminar, uma angustia até á pauta ser editada, desistir uma incapacidade, melhorar uma mudança trabalhosa, felicidade quando eu quizer. Este blog, devo ser "alarve", nasceu tambem com um pouquinho do alento que dei ao mestre, que o criou, Karraio, nem tudo pode ser rotineiro na cabana onde petiscamos no inverno.

Anónimo disse...

Chove que Deus a manda, e não "Cats" and Dog's, essa é qué èssa.

Anónimo disse...

às vezes somos colhidos pelo sentimento, como se as férias dos outros tambem não tivessem os dias contados, bem ou mal aceitamos esse destino, que remédio, tambem tenho que tomar, um dia destes( se deus quizer mais três ou quatro meses), vou ser obrigado a ver o CSI, nessa altura atão é que eu vou pro basagueda, dizer o que eu acho do dia diurno, mais os meus, claro fim de semana.

Anónimo disse...

Duas pessoas on line! não contas nada?

Anónimo disse...

mas afinal quantos lapaxeiros é que há ?

Anónimo disse...

escrever de madrugada nao dá com nada.....

Anónimo disse...

Do mesmo modo, as Geometrias Não-Euclidianas, surgidas na décadas de 1820 e 1830, começaram a ser divulgadas e discutidas a partir de 1869 na Inglaterra. Não só nos meios científicos, mas também pelo público letrado em geral. A refuta aos axiomas das paralelas e, em termos gerais, da teoria euclidiana quebrou com a percepção de uma matemática absoluta, enquanto verdade. É importante frisar que apesar de Saccheri, Lobatschewsky, Bolyai e Rieman terem formulado corpos teóricos de Geometrias Não-Euclidianas, já no decênio de 1820, somente 4 décadas depois começaram a ser divulgados e difundidos . Ao mesmo tempo, a nova concepção de Lógica, proposta por Boole, nos finais da década de 1840, desenvolvia e superava os postulados vigentes, indicando um sentido interno e várias respostas "verdadeiras".E a esta hora dá?

Anónimo disse...

Ainda vou falar de matemática .Existe uma fórmula do amor? Neurologistas, biólogos e químicos analisam a estrutura biológica em busca de pistas. Psicólogos, antropólogos, sexólogos tentam teorias . Além, é claro, do pessoal que faz horóscopos e tarôlogos e caromantes . Agora, uma nova “gente” tenta trazer uma luz diferente sobre o tema. São os matemáticos, que analisam as idas e vindas do coração por meio de números. Não se pode dizer que eles tenham, realmente, encontrado a pedra filosofal. Mas os achados vão interessar a quem anda em busca da sua alma gémea.. As conexões entre a Matemática abstracta e o cupido são interessantes, inesperadas e, acima de tudo, divertidas. ''A Matemática estuda padrões - estejam eles na bolsa de valores ou na sociedade. E os psicólogos mostram que existem padrões de comportamento comuns entre amantes'', explicou Clio em entrevista a ÉPOCA. ''Criamos equações a partir desses padrões para conseguir prever o comportamento, optimizando os resultados.30% das mulheres disseram ter tido um único parceiro sexual ao longo da vida.....Será???? Na teoria, parece difícil de acreditar. Na prática é difícil conferir se os cálculos funcionam. Não basta contar 2 + 2. As fórmulas são quase indecifráveis. Dizem respeito a tópicos diversos: quanto um homem e uma mulher devem renunciar para manter um casamento, como encontrar o parceiro ideal, qual é o grau de atracção necessário para manter um romance e. A complicada equação levou em conta que, ao longo de uma vida, uma pessoa tem chances de ter relacionamentos com algo entre cem e mil pessoas conhecidas. Parece muito, mas esse universo contabiliza colegas de escola e trabalho, conhecidas da universidade e de viagens, amigos de amigos etc. Um cientista “ amaricano2 de nome -Todd também usou dados sobre índice de divórcio e expectativa de vida. Chegou ao seguinte resultado: depois de ter relacionamentos com 12 pessoas pode-se ter uma ideia clara o suficiente para identificar qual é o perfil de parceiro com o qual ''vai dar certo''. Daí, entra em cena a sorte - esse pode ser a pessoa número 13 ou 113. Pelos cálculos de Todd, quem fizer essa escolha baseada na experiência adquirida com os 12 primeiros parceiros tem 75% de chance de acertar o par ideal. ''Não é preciso fazer sexo com as 12, mas, como uma mulher moderna, eu diria que as qualidades na cama são tão importantes quanto as outras'', confessa Clio, que, apesar de ter 30 anos e ter sido eleita uma das mulheres mais bonitas da Austrália, continua solteira.Ninguém consegue ser muito racional quando se trata de assuntos do coração. A matemática do amor busca, justamente, uma certa lógica. ''Se uma pessoa quer comprar um DVD, ela procura informações sobre as marcas, pede a opinião de amigos que têm o aparelho, o leitor. Quando se trata de relacionamento amoroso, o que vale é o emocional. Ninguém aceita o que os outros dizem. A matemática ensina que, assim, a chance de sucesso é mínima'', diz Clio. Outra fórmula divertida diz respeito à existência de uma única alma gêmea. No cálculo, foram contabilizados dados como: 30% dos americanos casam com seus primeiros namorados e o índice de divórcio nos Estados Unidos é de 50%. ''A matemática sugere que existem muitas pessoas com quem se pode ser feliz'', afirma. Alguns dos ''resultados'' não são nenhuma novidade. Por exemplo: uma das fórmulas criadas pelo professor Steven Strogatz, da Universidade Harvard, diz que quem se apaixona experimenta uma montanha-russa emocional. Qualquer autor de música romântica é capaz de tirar a mesma conclusão... Por mais abstractos que sejam números e fórmulas, eles ainda fazem mais sentido do que toda sorte de superstições que a sabedoria popular inventa. Num país como o nosso, o que não faltam são simpatias - em geral, evocadas a Santo António, o santo casamenteiro. Para arranjar namorado, uma das mais conhecidas diz que se deve colocar uma imagem do santo algures na cama e só o de lá tirar quando o amado aparecer em sua vida. Perto de costumes como esse, a ideia de sentar-se à mesa com uma calculadora científica na mão fica bem menos estranha. Segundo cálculos matemáticos, depois de 12 relacionamentos, uma pessoa tem 75% de chance de encontrar o parceiro ideal - desde que, é claro, tenha aprendido qual é o perfil que lhe satisfaz.Agora já sabem ..á 13ª é que é de vez!!!

Anónimo disse...

Ó Bostik, porra pá! baralhaste-me com as tuas contas. Essa matemática atira-nos para a devassa, subverte os cânones morais todos. Evidentemente, como homem, agrada-me essa matemática. O problema estará nas gajas que, como todos sabemos, não percebem nada de matemática, têm aversão à matemática, e afinal esta matemática é tão linda...

Anónimo disse...

Já não sei como fomos das pasmonas ao sagrado versus profano e daí à matemática,tema onde vou permanecer para, também, andar à volta da fórmula matemática do amor. Reproduzo, por isso, um texto que li algures (em português do Brasil):

"A tragédia da Matemática
Num certo livro de Matemática, um quociente
apaixonou-se por uma incógnita. Ele, o quociente,
produto de notável família de importantíssimos
polinómios. Ela, uma simples incógnita, de mesquinha
equação literal. Oh! Que tremenda desigualdade. Mas
como todos sabem, o amor não tem limites e vai do mais
infinito ao menos infinito.
Apaixonado, o quociente olhou-a do vértice à base, sob
todos os ângulos, agudos e obtusos. Era linda, uma
figura ímpar e punha-se em evidência: olhar rombóide
(=rombo - losango), boca trapezóide, seios esféricos
num corpo cilíndrico de linhas sinoidais (=curvas).
-- Quem és tu? -- perguntou o quociente com olhar
radical.
-- Sou a raiz quadrada da soma do quadrado dos
catetos. Mas pode me chamar de hipotenusa-respondeu
ela com uma expressão algébrica de quem ama.
Ele fez de sua vida uma paralela à dela, até que se
encontraram no infinito. E se amaram ao quadrado da
velocidade da luz, traçando ao sabor do momento e da
paixão, rectas e curvas nos jardins da quarta dimensão.
Ele a amava e a recíproca era verdadeira. Se adoravam
nas mesmas razões e proporções no intervalo aberto da
vida.
Três quadrantes depois, resolveram se casar. Traçaram
planos para o futuro e todos desejaram felicidade
integral. Os padrinhos foram o vector e a bissetriz.
Tudo estava nos eixos. O amor crescia em progressão
geométrica. Quando ela estava em suas coordenadas
positivas, tiveram um par: o menino, em homenagem ao
padrinho, chamaram de versor; a menina, uma linda
abcissa. Ela sofreu duas operações.
Eram felizes até que, um dia, tudo se tornou uma
constante. Foi aí que surgiu um outro. Sim, um outro.
O máximo divisor comum, um frequentador de círculos
viciosos. O mínimo que o máximo ofereceu foi uma
grandeza absoluta. Ela sentiu-se imprópria, mas amava
o máximo. Sabedor desta regra de três, o quociente
chamou-a de fracção ordinária. Sentindo-se um
denominador comum, resolveu aplicar a solução trivial:
um ponto de descontinuidade na vida deles. Quando os
dois amantes estavam em colóquio, ele em termos
menores e ela de combinação linear, chegou o quociente
e num giro determinante disparou o seu 45.

Ela foi para o espaço imaginário e ele foi parar num
intervalo fechado, onde a luz solar se via através de
pequenas malhas quadráticas."


Ao anterior interveniente neste espaço: karraio de relação é essa entre "gajas" e matemática?
Se a matemática é que é linda, e se as "gajas" não percebem nada de ..., então se calhar talvez devesse "equacionar" estabelecer com a matemática o seu 13º relacionamento afectivo...

Anónimo disse...

nunca os comentarios atingiram tao alto nivel literário

Anónimo disse...

sinal=, disse eu, na brincadeira, que o bostik me baralhava as contas. Agora apareces tu a baralhar e a dar de novo. Aceito as duas baralhações: devo precisar do 13º relacionamento afectivo com a matemática que é linda porque conclui que devemos estabelecer o 13º relacionamento afectivo com as gajas que ainda são mais lindas.
Está claro?
O profano anda aí, até a matemática... valha-nos S.Bartlameu...
O texto é imaginativo, é poi!

Anónimo disse...

Para aliviar do sabor da matemática da boca.......

Um coelho estava a correr pela floresta fora quando viu uma girafa a acender um charro. Parou e disse:
-Ó girafa! Pára de fumar essa merda que te faz mal, e vamos mas é correr pela floresta! vais ver como te vais sentir muito melhor !!!
A girafa pensou por um segundo, e disse:
- Tens razão, coelho, bora nessa!
Atirou o charro fora e foi correr com o coelho. Pouco mais à frente eles encontraram um urso a cheirar cola bostik. Olharam- se por uns segundos e o coelho apressou-se a saltar para a frente do Urso:
- Ó urso, deixa essa merda! Essa treta só te faz mal, vem mas é correr connosco e sentir o ar puro dentro dos teus pulmões! O urso levantou-se e começou a correr com eles até encontrem um elefante a snifar cocaína.
- Ó elefante, estás maluco? Dás cabo de ti com essas merdas! Vem mas é connosco correr pela floresta! O elefante pensou um pouco, e acabou por resolver juntar-se ao grupo, que poucos metros depois encontrou o leão a injectar heroína. Mais uma vez o nosso amigo coelho lançou-se para a frente e disse:
- Ó leão, deixa-te de merdas e vem correr ....
Nem terminou de falar e levou uma patada do leão com força tal que lhe arrancou a cabeça. Os outros animais revoltados perguntaram:
- Estás maluco, Leão? ...mas por que fizeste isso???e o leão respondeu :
- ***da-se! Sempre que o sacana deste coelho toma um ecstasy, faz-me correr que nem um idiota pela floresta !!!

Anónimo disse...

Moral do(a) conto(a):

- A matemática quando ingerida em grandes doses, pode causar alucinações e cólicas intestinais.

Anónimo disse...

O masculino de pasmona é pasmono ou pasmão?

Anónimo disse...

Um homem dávos corda e é só dioxido de carbono. Não se muda de camisa, sempre, o que é que pá qui leio. Masculino de pasmona na decadas pelo publico letrado em geral, sem mais e sem acento, é muita dioxido de carbono e só respirei um bocadinho de forma transversal. È preciso ter tento, não é no dedo é na cabecinha ás vezes pequenina, que comanda os dedinhos, tento é ser incoerente de perpósito com preposito, criar raizes com o nosso estrume, esperar pelas flores, rezando para que alguem as regue, não deixar morrer as raizes dando noticia de que plantámos e ter sempre na consciência de que as plantas nos escutam.

Carregal é zona fértil, pelo menos o homem luta lá. Semeia rega trabalha a terra. Vá lá tu és capaz, sementes transgénitas é que não, vá lá pega na enchada semeia aveia nacional e certificada. DOC.

Anónimo disse...

Ainda acerca do Profano e do Sagrado:

Contam que um dia, um velho quis atravessar uma ponte que se encontrava em mísero estado, pronta a desabar ( aliás como a maioria das pontes velhas do Portugal profundo...). na sua sabedoria, parou frente à mesma e pensou "A quem vou pedir ajuda? A Deus? ao Diabo?" Perante tal dilema, o velho encolheu os ombros e disse em voz alta: "- Deus é bom e o Diabo nem é assim tão mau!" e atravessou a ponte confiante do seu destino chegando ileso ao outro lado.
Pois é, necessitamos de ambas as entidades divinas para equilibrar a nossa vida porque o Diabo só existe porque há Deus.
E falando do Diabo ( e acreditem que há muitos por aí à solta), isso lembra-me umas estórias de há uns bons anitos, quando a malta era moiçola, curiosa e revoltada e andava a bisbilhotar no livro de S.Cipriano (leitura obrigatória, mas não aconselhável a mentes suceptíveis...)Andaram umas mocitas a dormir com espelhos debaixo do travesseiro a ver se sonhavam com o príncipe encantado. Claro que a algumas saíram-lhes mais sapos que príncipes, mas cada uma tem o que merece (ou procura)! Quanto aos mocitos, estes não lhes ficaram atrás. Ao que parece houve uns que se fartaram de dar voltas e voltas à igreja, às sextas feiras à meia noite (em ponto) para ver se viam o Diabo...claro que ainda hoje não o viram porque já o tinham no corpo! Outro dos passatempos dos ditos cujos era lançamento de gatos (com as patas atadas) "gatos pretos?" dirão vocês? Qual quê de noite todos os gatos são pardos ! Evitavam deste modo a proliferação da raça felina na aldeia (bem que agora nos dava jeito o mesmo). Agora, alguns anos mais tarde, ainda se podem esporadicamente, em noite de verão ver os tais "jovens" bem depois da meia noite e dos cafés fecharem, junto á TI ROSA ou ao jardim dedicarem-se ao levantamento de bejecas na modalidade de grades de míni, médias ou latas, tudo acompanhado por um bom conduto ou até uma bicazita bem quentinha da padaria... Os tempos evoluem, Graças a Deus (ou será graças ao Diabo???)