sábado, setembro 16, 2006

A NOSSA FALA -LXVII -CANDONGA

O contrabando é um fenómeno com uma quantidade de variáveis, talvez ainda não completamente exploradas....
Eram muitos os contrabandistas pelas terras da Raia. Alguns morreram mesmo, varados por bala de Guarda Fiscal ou Carabinero. Viajavam de noite por aqueles córregos da Baságueda e, claro, tinham que evitar os caminhos mais batidos e aqueles mais próximos das herdades para não serem denunciados pelos cães. Para eles não havia nem bom nem mau tempo: apenas era importante salvar o carrêgo, senão, lá se ia parte significativa da jorna. Aqui tropeçavam, além caíam mas sempre se levantavam. Calados ,cada um fazia por si e era um alívio quando chegavam a casa já sem o peso, que esse fora antes aliviado em sítio combinado com o angariador. Ainda ajudei a descarregar alguns carrêgos que chegavam a cavalo, alta noite, ali por detrás da serra a dar vista para a Bemposta, bem perto da Carochinha e do João Ratão. Tudo às escuras, tudo calado. Cada um sabia o que fazer e onde deixar o material.
O velho comandante também andou nestas aventuras e não era raro ouvi-lo contar histórias de fugas aos Guardas Fiscais e Carabineiros. Protestava mesmo contra Deus, que, a seu ver, também não tinha feito tudo bem... Era sua convicção que Deus se teria distraído e que havia quatro coisas mal feitas no mundo. E contava:
A primeira é chover no mar - se lá há tanta água por que raio lá caía mais?
A segunda era fazer Lua de dia - se cá está o Sol a alumiar para que precisamos da lua?
A terceira é que a barriga das pernas havia de ser à frente e nunca atrás, Assim, quando vinha com os carrêgos, já não se "demazelaria" tanto por mor das "topadelas" das canelas contra os "picerros"
A quarta só a contava quando não havia mulheres por perto: aquilo que nos homens não tem osso é que havia de ter porque assim estava sempre direito e pronto para o "trabalhinho".
Contrabandista famoso na área era o velho Jonja: andava sempre na CANDONGA. Sempre com o copo, os dados e o bocadinho de cortiça no bolso,ou com as caricas aí estava ele sempre a desafiar para o pilinhas. Escondia um bocadinho de cortiça debaixo de uma das caricas ou de um dos três copos e o desafio consistia em descobrir onde estava a cortiça. Era sempre a apostar. Quem descobrisse ganhava o dobro do apostado, que pagava o Jonja. Os que perdiam ficavam sem o dinheiro da aposta. Não havia festa nem mercado onde o Jonja não aparecesse. E o mais: apesar de o Jonja levar sempre mais dinheiro do que o que trazia, nunca lhe faltavam clientes. A malta ia na candonga do velho. E se ele era artista!
São hoje outras as candongas que nos iludem. Escondidas por debaixo de outros copos que não os sebentos do velho Jonja.Basta a vergonha do que se passa no futebol (antigamente o desporto era noticiado sempre ao fim dos jornais, agora é logo no início); este povo deve andar louco: em vez de se preocupar com o que é essencial - a saúde, a paz, o trabalho, a educação, a segurança social, o pão, o preço da energia, os aumentos diários dos produtos vitais,que sei eu?... - este povo discute um penalti, um golo marcado com a mão, a questão da possível sucessão do mesmo num qualquer clube,... O povo vai na candonga do que lhe impingem e tal como os clientes do Jonja pensavam que a cortiça estava por debaixo do copo do meio e aí apostavam, também agora,tontos, continuam a apostar em cavalos (ou serão éguas?) errados.
Não se pode ensinar a virtude, já dizia o velho Platão, mas, c'os diabos, é tempo de acordarem e deixarem de pensar que o que acontece aos outros está longe de nos acontecer a nós.
Aquele que, para mim, é, de longe, o maior escritor português em prosa - o P. António Vieira - já chamava a atenção para o facto de nada, (já naquele tempo) se poder considerar seguro: "nem já o frade, dizia, tem segura a sua cela".
Nós, iludidos como andamos nesta azáfama quotidiana, embarcamos no engodo - ou será na candonga ? - do que nos querem envolver. Enredados nesta teia bem urdida pela Aracne dos poderosos, ficamos sem o fio de Ariadne que nos conduza, qual Teseu, à porta do labirinto de Dédalo. Façamos, então, as asas mas não sejamos tontos como Ícaro...
Outras candongas por aí andam mas ficam para outra oportunidade.
Para já deixo-vos o alerta de que há por aí muitos Jonjas, que na sua pequena figura, nos iludem em candongas bem camufladas a ponto de só tarde reconhecermos que apostámos no cavalo errado.
Depois não vos queixai.
Como dizia o velho comandante"um homem quer-se com génio" MAINADA!
Um XI gggrrrrrrrraaaaaaaaannnnndddde!

terça-feira, setembro 12, 2006

A NOSSA FALA - LXVI - ARDULHAR / ARDULHO

Palavra de honra que, às vezes, tenho uma certa nostalgia das velhas lojas = mercearias, drogarias, tecidos, conservas, e o mais...- e na Aldeia havia umas quantas.
Quantos sabem que a farmácia começou na cave da casa do Sr. domingos campos, presidente da junta, ao tempo, e que depois passou para a loja do professor Marcelo, a dar vistas para a Igreja, até que se aposentou na velha casa do tecelão, à Lameira, mesmo ao lado do chafariz que, ainda não há tanto tempo assim abastecia a Aldeia de água juntamente com a fonte do Ribeiro Cimeiro? Só agora ela está no cruzamento da estrada nova a dar para as Águas. Quem se lembrava das andanças deste benefício público que o velho Padre Zé Pedro trouxe com a anuência do dr Ildefonso que tinha como ajudante o enorme Zé Barrigana, emigrante que é na Alemanha, e depois o Cândido Pantelhão e a Fatinha Portas que um combóio trucidou. Tudo há tão pouco tempo e parece que todos esquecemos! O tempo é uma porra: se somos nós a contá-lo tudo bem, mas se já são os outros a contá-lo por nós, é uma porra das grandes. Mudemos de conversa!
Lojas, mesmo lojas, na Aldeia havia várias. Enumeremo-las:
nenhuma no caminho da Vila, nenhuma no Beco da Ribeira, nenhuma na Lagariça, nenhuma no Cavacal, nenhuma no Oiteiro, nenhuma no Caminho da Serra, nenhuma no Caminho das Aranhas, nenhuma no ribeiro cimeiro, nenhuma na Eira cimeira... ora, como se vê há já um total de- NENHUMA - o que é uma enormidade .
Comecemos então a contar de cima para baixo: a loja do Sr. João Robalo Elvas (Sobrinho), com entrada pela estrada e por detrás pelo beco do Fatela, uma casa de intervalo e tínhamos a casa dos pais destes que aqui vos dão notícia desta topografia aldeã, em frente, em tempos esteve a tasca do ti Agostinho Ratado mais o seu batorel, depois, a fechar o largo da paragem das camionetas estava a loja do Sr. António Robalo Elvas, irmão do sr. João que para além da chita da tabela, do bacalhau e do sal, vendia também o petróleo de iluminação e dos motores de rega; era, ainda, correspondente de todos os jornais regionais: Beira-Baixa, Reconquista, Jornal do Fundão, Notícias da Covilhã, e dos nacionais: Diário de Notícias, O Século e Diário Popular: colada estava a casa do ti Chico Miguel com a respectiva tasca e, à ponta, talho, em frente do qual se situava a tasca do arqui- rival Tonho Fatela, o qual colava com a Conceição do Trem, casada em segundas núpcias com o Chquim Argentino e que rivalizava com os manos Robalo atrás citados. Por detrás, na rua que dava para o barbeiro Zé Malagueta e casa da velha Manta-Rota estava a casa da farinha do Trem (também assim conhecido) e a casa do sal e rações do velho Fatela que era da Mona e agora é do Chinchas, já foi café e mini Mercado, mesmo ao lado do mais que tudo - o CAFÉ DA ROSA , o ex libris; em frente a tasca e talho do ti Zé Rolo e na esquina do Desembargador a taberna do Zé Júlio onde muitos trocavam as fanegas. No enfiamento do adro, mesmo ao lado da Igreja, do outro lado onde antigamente fora a Farmácia o ti Joaquim Faustino, que vendia tudo o que dissesse respeito a drogaria e ferragens, cimentos, caibros, ripas e o mais que respeitasse a obras, não fosse, ele mesmo, artista dessa arte. Passada a ponte sobrava a tasca do Cavalheiro com a respectiva garagem para os bailaricos de Domingo ao som do acordeão do Zé Manel, e, nos dias de mercado, a adega do ti Zé Rolo, coladinha mesmo ao Domingos Portas por onde, de fugida também passou a Farmácia. Efémera foi a loja do Cartola no mesmo largo já a dar entrada para a lagariça, onde havia umas mesas de matraquilhos.
A primeira conta fi-la eu, agora, somai vós esta!
E agora perguntais vós: onde é que está aqui a palavra ARDULHA/ARDULHAR?
RESPOSTA: em todas estas casas se ARDULHAVA.
Esta malta de agora que desenvolveu e deu, de novo, valor ao polegar com a destreza que mais escondem que mostram, tal a velocidade a que movem o tal dedo que mais parece uma mosca em voo não geométrico em torno de uma lâmpada acesa, esta malta, dizia eu, pensa que sempre houve televisão e rádio e até telemóveis. Tudo isto não chega a ter - a começar pelos mais antigos (talvez a telefonia ) mais de 70 anos. Uma ninharia na história do tempo.
Às vezes, qual velho ratinho, migrante em tempo de ceifa ou vindima, dou por mim a dizer: " a esta malta, que mais não fosse, fazia-lhes falta um dia de monda, um dia de ceifa, um dia de malha, um dia de arrebanho, um dia de sementeira, uma noite de descamisa ,...bom, nada, vá!" Efectivamente os tempos são outros. Por muitos lados, ainda bem!
Facto é, todavia que, não há mesmo muito tempo - novo sou eu ainda - o sal, o acúcar, o arroz, o milho, o grão, o feijão e muito mais não vinham embaladinhos em pacotes como agora, não. O merceeiro ou outro qualquer comerciante, tinha que estar bem munido de umas quantas espécies e uns quantos tamanhos de cartuchos, onde, por meio de um corrimão, normalmente de lata zincada, introduzia o peso ou medida, requeridos pelos fregueses. Ainda escolhi muito baguinho de arroz. O acúcar era do amarelo, o branco, tal como o pão trigo à cabeceira, só em alturas de nascimento de cria ou morte de velhote.
Todas as lojas de comércio tinham uma daquela balanças de dois pratos, mais ou menos rudimentares, que eram aferidas todos os anos pelo aferidor camarário que, nela e nos pesos, apunha uma punção que garantia a fidedignidade do aparelho. Quando o material requerido não justificava cartucho então utilizavam-se diferentes papéis, consoante o artigo a ardulhar: assim, por exemplo, para o bacalhau, que não cabia em cartucho havia o papel pardo ou, até mesmo um castanho ensebado que restasse das entregas do toucinho amarelo salgado - um petisco -; para a anilina qualquer resto de jornal fazia as vezes; já na farmácia, cem gramas de bicarbonato (que sempe se chamou bicabornato ou memo, mais simples ainda, BIQUEBORNATO) o papel utilizado era sempre de categoria superior e os empregados, já acima supraditos, eram exímios na feitura do ardulhanço; para pregos, chumbo de flóber, pimentão para enchido, pregos de cravar, semilha, brocha espanhola, e outras variedades, qualquer notícia de jornal servia; um saco de plástico era religiosamente guardado, reciclado, reutilizado até às últimas ...
Eu era um artista a fazer ardulhos de anilina e todos os tamanhos de prego desde o 20/5 de cravar à forma até ao 16/7, passando pelo 18/6 de palmilhar e 15/7 de pregar tacões. Ah! tempo! como dizia o comandante! Eram ardulhos geométricos, simétricos, perfeitos e quase invioláveis. Às vezes, ainda me entretenho a fazer ardulhos desses!
O velho comandante também ardulhava, mas assim comédado!
Duma vez - fazia ele contrabando de Aldeia para Espanha com três vacas e foi descoberto pela Guarda Fiscal. Na fuga, caíu-lhe o chapéu da cabeça. Os guardas encontraram o chapéu e, sabendo o costume de as pessoas do campo só virem ao povo nos dias de Domingo, lá apareceu uma patrulha da Guarda Fiscal a dizer-lhe: " Ò ti João, quando quiser pode ir a buscar o seu chapéu ao posto" E o velho: "O meu chapéu está aqui na cabeça!" e depois para mim: " Os gazios queriam que eu lá fosse e assim ficavam cientes de que tinha sido eu que levava as vacas. Não queriam eles mainada!" O velho ardulhou-os. Outra forma de ardulho foi aquela em que Domingos Moiral, ou Domingos Molhano, ou Domingos Patanisca acompanhava, na caça, Manquinho, Mné Faustino, Mné Vinagre, Coiote Pete, Chquim Pardalim e Tero Caturra. Fala Patanisca:
-" O mnél faustino, pá,! viu a lebre ardulhada ao toro da videira de uva formosa do Pirolas ali à Lameira da pinta, pá ! ; em vez de lhe espetar um foguete na mona, enxota-a com a coronha da espingarda e berra Hei!Hei! que era para a lebre endireitar e atira-lhe dois fogachos mas errou, vai o Manquinho e pimba, pimba, errou, o mnel Vinagre PUM!PUM" errou tamém, e passa pelas endireituras do Tero, pá! e foi logo à primeira: Pum! ardulhou-a logo. O Tero pá! tem uma apontaria à lebre dum filha da puta, homem! Essa lebre papamosa (papámo-la) naquilo da Rosa."
Também eu vos ardulho num XIIIIIII GRANDE!

domingo, setembro 03, 2006

Esfola Gaitas, Picha d'Aço e outras...

A terra dos xendros é fértil em alcunhas. A coisa começa logo com esse exclusivo nome que a todos identifica: xendros, um bonito nome que ninguém sabe a origem, mas que soa bem. Pessoalmente simpatizo com a tese do passarinho, isto é, que xendro será nome de felosa, eventualmente da espécie PHYLLOSCOPUS COLLYBITA. Honestamente, dá-me mais gozo ser apelidado com nome de passarinho, do que de legume como os lisboetas, ou, pior ainda, de designação popular de elemento do órgão digestivo como as gentes do Porto.

Tinha o simpático leitor menos 15 anos quando promovi a recolha (quase) exaustiva de alcunhas na terra dos Xendros. O número total andaria a roçar as seis centenas. Considerando que a Aldeia tinha cerca de 800 habitantes, das quais, 50 ou 60 crianças com idade inferior a 7 anos – gente que ainda não tinha justificado o (re)baptismo -, significa que havia pessoas sem alcunhas, coisa que não posso compreender. E, confesso, que me custa aceitar. Como é que pode haver 600 pessoas devidamente alcunhadas e 100 por alcunhar? Não posso - não poderá igualmente o simpático leitor -, deixar de ver aqui uma situação de injustiça e descriminação. E não me venham com o argumento de que se poderá tratar de uma descriminação positiva, porque a alcunha é estigmatizante e não sei quê… Algumas até podem ser mas, ao mesmo tempo são socialmente integradoras, o que compensa bem o eventual efeito estigmatizante. Por exemplo, o xendro a quem chamam de picha d’aço, deverá sentir-se rotulado positiva ou negativamente? E essoutros que acodem por esfola gaitas, ou por puta maluca?. Estas alcunhas, tal como todas as outras, terão resultado de um episódio marcante na vida da pessoa, ou reflectem um determinado traço da sua personalidade. Ora, convenhamos, há algo de heróico numa alcunha como a de picha d’aço. Desconhecendo o episódio em concreto, podemos sempre livremente imaginar uma cena que justifique tal alcunha. O mesmo vale para espanta mulas ou para mama na burra ou para capa grilos, ou para caça moscas ou ainda para jaja nova. Será preciso fazer um desenho para justificar a alcunha de caga e tosse? Tanto quanto me foi dado a conhecer, o visado permitia-se até alimentar a denominação.

Bom, condescende-se que o venerável cidadão conhecido por peidorreiro terá direito a não apreciar convenientemente o chamamento público, mas isso só porque ele se esquece que, pese embora todos o sejamos – coitados daqueles cujo organismo não possui um sistema de escape em bom funcionamento-, ele é o único que se pode gabar de ter essa sua faceta reconhecida. De igual modo, a respeitável senhora conhecida por forca dos ratos verá desrespeito e desconsideração no nome mas, se calhar, não é caso para tal.

Já precisaremos de uma imaginação mais elaborada para enquadrar, alma de sino, montanhaque, vale quem tem, pantelhão, pito em couro, talha burricos, varinha d’arado ou zé inverno, mas com tempo, havíamos de lá chegar.

Concordemos pois que bem aventurados serão os que foram bafejados pela deferência colectiva quando saltaram para a lista dos eleitos, dos merecedores de uma alcunha comunitária. Pobres dos outros, a quem a comunidade nunca reconheceu relevância a nenhuma das suas acções, tão pouco valorizou um só traço que fosse, da sua personalidade . Que sentem ou sentiram essas pessoas? Porque é que a comunidade xendra os descrimina? Serão esses concidadãos, xendros de 2ª que não mereçam uma alcunha? Que factores estão por detrás da sua deficiente integração na comunidade? Questões que justificariam uma tese, no mínimo, de mestrado, cujo quadro teórico teria necessariamente de recorrer, entre outros, a Ferdinand Tonnies (com umlaut no “o”) e ao seu conceito de gemeinschaft. Sim, que a terra dos xendros ainda abriga relações típicas da gemeinschaft de F. Tonnies: o nascimento e a morte são publicamente vividos e sentidos, o potlatch é praticado em diversos domínios, na entreajuda no arranque das batatas, na matança do porco, na vindima e na colheita da azeitona e, mais comum, nas rodadas no café ou na procissão dominical entre adegas. É a ruralidade a resistir (ainda e sempre) ao invasor urbano e seus padrões. A coesão de uma gemeinschaft depende do grau de integração de todos os seus membros. Estou em crer que ajudaria se todos tivessem direito à sua alcunha.

Só para que conste, na sequência da tal recolha realizada há 15 anos (desactualizadíssima, portanto), foi pedido a uma amostra estatisticamente relevante de xendros que votassem nas alcunhas mais engraçadas. As "quinze mais" foram:

1º - Esfola Gaitas
2º - Picha d'Aço
3º - Vale Quem Tem
4º - Caga e Tosse
5º - Capa Grilos
6º - Bate na Avó
7º - Alma de Sino
8º - Mama na Burra
9º - Montanhaque
10º - Espanta Mulas
11º - Pantelhão
12º - Pitincouro
13º - Talha Burricos
14º - Caça Moscas
15º - Peidorreiro