segunda-feira, setembro 04, 2017

A NOSSA FALADURA - CCLIII - REFÊGO



Num ano seco como este não é difícil encontrar muitos produtos hortícolas cheios de refêgos. Mais visíveis são, sem dúvida nos tomates que, apesar de diariamente regados, para além de apresentarem manchas esbranquiçadas do calor do sol, ainda ficam mais estragados com uns sulcos, que mais parecem rugas, junto ao pedúnculo. Aí estão os refegos. Metade do tomate vai-se embora. Vá lá que têm tamanho bastante para se aproveitar ainda parte razoável da polpa. O paladar, esse, não fica minimamente afectado. Valha-nos isso. São imensas as variedades de tomate, desde o chucha, ao cacho, ao tipo Ladoeiro, grande e pequeno, ao cereja, ao negro, ao ananás, ao bicudo, que sei eu..., mas, de longe, os melhores são os cor de rosa: grandes, sumarentos, nada acidulados, quase sem pevide - uma maravilha. Pois, mas haviam logo de ser estes os mais atreitos aos refegos. Para minha pena também, são os que têm menos tempo de conserva, depois de colhidos. Ao fim de dois dias já estão todos desmazelados. 
Os maiores que vi foi na horta da ti Maria Rainha, lá para as portelas, mesmo em frente da já quase desaparecida fonte de melão, onde uma burra, que mais parecia uma mula, tirava água à nora. O poço devia ter bem aí uns quinze metros de fundo por cinco a seis de diâmetro. Belos tempos esses em que aquela baixa era toda explorada com tudo o que havia de melhor. De vez em quando a ti Maria, essa inolvidável cozinheira de bodas e baptizados trazia-me uns quantos. O primeiro era logo papado retalhado com umas areias de sal. Uma delícia. Pesei um com seiscentos e cinquenta gramas. Essa famosa cozinheira não precisava de livro de receitas... Tinha tudo de cabeça. Se tinha uma barruma na testa não tinha refêgos na arte de culinária. Aquela memória não tinha sulcos nem rugas, tudo saía na perfeição e era tudo a olho. Não usava colher de pau a bater a massa dos ovos e farinha e açúcar e... para os bolos. Batia tudo à mão. Dizia que "assim nunca ficam garanhotos na massa: esborraço-os todos ." Mainada!
Eu ainda hoje mantenho essa semente, mas nunca consegui cultivar tomates daquela grandeza. O maior teve duzentos e quarenta gramas. Nada mal.
O que a mim me faz refêgo é ver grande parte da nossa malta a deliciar-se com pizzas, hamburgers e outras purgas que tais, a encherem-se de gorduras insalubres quando, mormente neste tempo, podiam e deviam preferir umas boas saladas e umas frutas que é do melhor que esse país produz. Mas não...vão para a Itália e para a América. Mas não é só na alimentação: na música passa-se o mesmo. Há estações de rádio que mal ou nada cheiram de música portuguesa... É só anglo saxões e americanos.
Refêgo me faz ainda esta corrida de algumas vedetas às autarquias, que se arvoram nos melhores dos melhores, voltando a reavivar aquilo que afinal nunca desapareceu deste rectângulo: o sebastianismo.
Tenho para mim que pode haver inesquecíveis, mas não há insubstituíveis.
Por aqui me fico, hoje. Prometo não demorar tanto tempo a voltar ao vosso contacto, senão ainda vos crio algum refêgo na testa com a preocupação de que algo me tenha acontecido...
XXXXXXXXXXXXXIIIIGRRAAAAAAAAAAAAAAANNNDDDDDDDEEEEEEEEE!

7 comentários:

pratitamem disse...

Foi neste ano seco, como bem dizes, que resolvi meter relva na minha sorte. Claro deixei espaço, prá minha velinha querida mae, por lá as hortícolas que lhe aprouver, mormente, pela 1 vez eu e mi amor lá termos plantado um cento de couves. O Karraio ainda ajudou à plantação!... Tomates, fazem bem á próstata, atão se for coração de boi, o que eu mai gosto, junta-se o útil ao agradável! Lembro a ti Maria do casamento do meu irmão mai velho, feito lá em casa no Baldio, o meu querido avô caldeireiro ainda cantou uns fados!... era puto mas não me lembro de garanhotos nas sobremesas. Hoje como sabes, desde há quinze anos que me lembre, não se come um pastel de nata que não tenha caroço de farinha, ou uma empada com caroço, sem azeitona... outros tempos. Eu tenho mesmo pena de a ti Maria já cá não estar e da constituição, mais o que veio depois, não me deixar cantar o fado à moda do meu avô caldeireiro! cassenão eu sabia bem dizer aos anglo saxões e por ai fora, com marialvas de pena branca incluídos, ou melhor, actores de series B agora transformados, em Don Sebastião, mas com melhor sorte, que o desgraçado, logo reconhecido, que aqui miguem reconhece! Todos lhe conhecem o sorriso, mas ninguém, tem tomates pra lhe dar a calda certa! Sabes Vitor, a erva daninha, não morre se a secarmos, não basta deixar de se lhe dar agua, como uma vez fez o meu amigo do coração! Ela volta sempre pra nos CHAPAR o juízo! confunde sempre as nossas vidas, porque vive por baixo, quando pensamos que está morta, já nos thapou a relva toda! que é o que me tá a acontecer agora aqui á relva do quintal, que fui buscar a Castelo Branco, com o meu querido Karraio!

PRATITAMEM disse...

Soa a Mortandade! soa a fim! soa a pessoas com mais de 50!IMPERIO, a faZER? sOA a AMIGO, Que foi, eu vou amanhA, ...

pratitamem disse...

sinto-me MESMO FRIO, GELADO! Custa-me mesmo estar aqui a escrever! mas que posso eu faZER, DEVO TANTO A TANTA GENTE!, FAço o que poço.. Em diasb tipo, vens pra Aldeia, e ouves a nova embaixada, mas descobres qiuwe fpoi apporovada ainda no habama, e tudo roda sobrre a mesma roda, só interessa, quando pára, e o mundoi, +e todo igual, tipo po noisso, já conhecemos desde semempre....Nºao vale a pena voyar:::VTAAR...PRA NADA!!! ISSO SOU EU, LUIS MENDONÇA, NAS MINHAs coisinhas,..

PRATITAMEM disse...

Quero apenas sublinhar, com o ultimo post! Aquilo que acontece, também, taMBEM connosco! Enquanto eleitores e votantes! NÃO sabemos nada sobre aquilo que fazemos, quando votamos num partido, que diz assado, sobre assuntos que já coisas do passado, aprovadas e que apenas faZEM D assembleia DA REPLICA, ISSO MESMO! nADa! tou TÁO fartinho!!!

Anónimo disse...

tENHO TANTA PENA, tanta pena do nosso sistema eleitoral, onde votar é um dever, mas não uma obrigação, que sinto que esse dever na linguagem da não obrigação, obriga tantos à ser obrigados, ao livre "arbritio" de tão poucos! "Palavra errada" Queria eu dizer, ao interesse, de Lisboa e Porto, Aqueles que querem o fim do INTERIOR...Como posso eu, conhecedor, não defender, a miséria que tem sido este desleixe do povo que levanta a bandeira das quinas, seja aqui, no foral do D. Sanches, seja na Ilha da Madeira de Tristão ou Gonçalo, ou nas nove ilhas dos Açores!!! O voto( nosso sistema eleitoral) representa a maior das assimetrias que o mundo conhece, não sendo obrigatório, nada ajuda, quem está deslocado não vota, não é dali, não me quero alongar sobre esse efeito, nem como os deputados de Lisboa e Porto, eleitos ai por gente do interior, decidem o país!... Quero apenas dizer, que isto está tudo errado, neste caminho pro fim do país!!! Portugal è o Qu^?e...

pratitamem disse...

Portugal, Portugal, diz, O Jorge palma! Somos todos Portuguedsses...alvitram o hino, por via do futebol, constroem frases, com um significado e um significante, mais um adjectivo, por via do futebol, dizem que tou errado, baralhar-me e volto a por o "C" no adjetivo, depois, escrevem um inglês que não aprendi, filma-se paisagens que não existem e por fim vem filmar missas que não dei! Esta ultima parte, ainda admito, porque só estudei quatro anos pa padre, mas, dizer e mentir com os dentes todos, que vai chover! só me ocorre aquela piada antiga do AZUL, vái TU!

Anónimo disse...

O que posso eu fazer? Acudir, ao Paulo, que me pediu, ajuda pro club| Se ele tiver capacidade, pra tornar o assunto sério, eu dou a cara!
disto isto, sobram os borregos, somos todos uns miser+aveis! Claro! Não me incluo, foram muitas as kOIAS, NO LILMITE. PAGEI-LHE COM O MEU MULTIBANCO, a coisa.. POI, eu sou filho do ze Mendonca!
Paulinho. por mim, metes o CluB a Bombar, depois falas com os doutores, por via das questoes culturais, e pronto lá estou eu, porque es amigo, ajudo te a fechar o CluB....