As ondas do mar trazem peixe, as primeiras principalmente e assim sucessivamente...
Hoje deu-me para aqui... e ainda vai haver mais .
Este verão tem escaldado bem o povo e o campo. É sabido que a fruta de caroço se foi, e a de grainha também está pelas ruas da amargura, não falando da de pevide, que para além de ser pouca está toda "desmazelada", picada ou enodoada... Os bissextos têm lá porras, como dizia o meu amigo
Lameiras...
Já agora, lembro-me de uma história que esse bom amigo várias vezes me narrou. Não sei se serei, em absoluto, fiel ao contado, mas, com toda a certeza fica aproximado.
Contava o Lameiras que uma cachopa xêndrica, meia taralhoca, que trocava os R pelos L quando falava se queixou um dia para a ti Ana Arplano da desventura de um dia, no rebusco da espiga e recolha de lenticão se encontrou, sem fazer por isso, com um tal de Passaloulas... ( O texto que se se segue é transcrição minimamente fidedigna da narrativa mas, não vos esqueçais que a cachopa trocava os R e pronunciava L.
Contava o Lameiras : "Eh tiAna, atão vomecêi já viu que aquele ladlão (ladrão) do Passaloulas (Passaroulas), um dia que eu andava ao lebusco da espiga e ele andava a lavlal (lavrar)com uns bulitos (burritos) me apalece de lepente com um olho de esteva pla eu cheilel (cheirar) e diz-me assim: cheila aqui, anda cheila aqui. como se já algum dia se viu um home del (dar) a cheilel (cheirar) um olho de esteva a uma mulhel... E mal me plecatei, aventou comigo pra os lêgos (rego) dos bulitos e apresenta-me assim a modos que um pé de cabla,(cabra) meio esfoledo (esfolado), meio por esfolel (esfolar) e enfia-mo mesmo no meio do buleco (buraco) das olinas (urinas) Eu inda lhe disse:"deixa-me tilel (tirar) os golões (torrões) das costas... mas ele dixe-me que estava bem assim e começa a dal ao cu pla baixo e pla cima, assim com quem amassa o taleigo do centeio e eu comecei a sentil uns aldoles (ardores) pla espinha abaixo quinté palecia o fim do mundo... e ele começa a pulguel, a pulguel, a pulguel (purgar) quaté parecia que havia mai dum ano que num era esplemido ..." «Rais ta palissem cachopa. Tu num contes a mai ninguém, disse a ti Ana do Arplano.
Era com estas e muitas como esta estórias que o povo se entretinha nos poucos e raros momentos de lazer. Anda que não havia stresse não... Vai lá vai... é assim como a modos que os garotos hoje são hiperactivos e têm que ir ao psicólogo e às consultas de desenvolvimento... No meu tempo de garoto esses hiperactivos eram malcriados e o problema resolvia-se com duas chapadas na cara ou umas cinturadas pelo lado da fivela nas bochechudas nalgas e a coisa ia logo ao carril. Ai não que não ia. Vai lá vai!
Volvamos ao princípio: Não há nada como realmente...
E agora para vos desafiar a mona, deixo-vos mais um texto sobre stresse que produzi faz já uns anos. Sempre vos entretenho e escusais de fazer asneiras armados em hiperactivos, digo, malcriados. Então aí vai. Dai notícias, se vos aprouver...
STRESSE
De notar:
•
Emoções,
ansiedade, tristeza.... Têm também efeitos tóxicos sobre o indivíduo.
• O
indivíduo, hoje, tem que se preparar para as novas vicissitudes dos tempos que
correm: instabilidade/mobilidade de trabalho, novos relacionamentos sociais e
profissionais.
Stresse significa:
•
Tensão
•
Pressão
•
Coacção
Selye definiu-o como sendo: uma resposta do organismo frente a qualquer
exigência que lhe é feita.
A O.M.S., por sua vez: “é o conjunto de
reacções fisiológicas que prepara o organismo para a acção”.
Assim stresse é:
1 – É a força ou o estímulo que actua sobre o
indivíduo e que dá lugar a uma resposta de tensão.
2 – É a resposta fisiológica ou psicológica que o
indivíduo manifesta perante um agente stressante ambiental.
3 – Stresse é uma consequência da interacção entre
os estímulos ambientais e a resposta idiossincrática do indivíduo.
Significa isto que o indivíduo tende naturalmente a responder da mesma
maneira a situações idênticas desde que delas tire resultados positivos. O
homem retém das suas experiências o que lhe é vantajoso e despreza o que não o
favorece.
Em regra, este tipo de reacção é
passageiro, mas a sua continuidade e/ou prolongamento pode acarretar uma grande
variedade
De sintomas e até mesmo toxinas,
agressões físicas, fadiga e outras situações emocionais.
No limite advém o Síndroma geral de adaptação que não raro leva ao esgotamento.
Vejamos como Selye
lê este síndroma:
1 – Reacção de alarme – o indivíduo ameaçado pelas
circunstâncias altera-se fisiologicamente pela activação de uma série de
hormonas, que obrigam o cérebro a intervir fazendo agir o centro regulador do
hipotálamo produzindo factores libertadores, como por exemplo a adrenalina das
supra-renais.
2 – Estado de resistência – Uma submissão contínua a
factores agressivos de agentes físicos, químicos, biológicos ou sociais, apesar
do organismo procurar a adaptação progressiva conduz a um cansaço das glândulas
hormonais libertadoras. E ou o indivíduo consegue resistir ou entramos na fase
seguinte.
3 – Fase do esgotamento – diminuição progressiva da
resistência do organismo face a uma situação de stresse prolongada levando a
uma incapacidade de adaptação e interrelação com o meio.
Há dois tipos de stresse
O Eustresse é
agradável e construtivo levando a emoções positivas devido a bons feitos.
|
O distresse
acontece quando nos referimos a consequências prejudiciais de uma excessiva
activação psicofisiológica e é portanto, desagradável, prejudicial e causador
de doenças relacionadas com stresse.
|
Preocupações com:
|
O mau stresse
pode originar erupções cutâneas, hipertensão, doenças cardiovasculares,
úlceras gastroduodenais, distúrbios vários do aparelho digestivo e disfunções
de ordem sexual. As pessoas dominadas pelo mau stresse são mais débeis nas
suas resistências e nas reacções imunológicas.
|
- A surpresa de um acontecimento não abate
um indivíduo saudável fisio-psico-socialmente
|
O STRESSE AGUDO
PODE ORIGINAR ÚLCERA, ESTADOS DE CHOQUE, NEUROSES... mas o crónico pode mesmo
levar à redução de glóbulos brancos vitais
. São estas as
patologias mais comuns: gastrite, ansiedade, frustração, depressão,
agressividade, disfunção familiar, enfarte, trombose, psicose...
|
Genericamente podemos dizer que podemos encarar o stresse de três pontos
de vista diferentes:
1 – O Clássico ou de Selye que consiste numa leitura
simples do fenómeno, a saber: agente stressor – stresse – stresse psicológico
ou stresse fisiológico.
2 – Outra leitura preocupa-se com o que o homem faz
reagindo a um estímulo stressante, logo preocupa-se com o que acontece ao homem
e não com o que acontece no homem. O homem tem aqui um papel activo na
dialéctica com o meio ambiente em que se insere.
3 – Finalmente uma leitura mais exigente em que se
dá simultaneamente atenção ao que é pedido ao homem e a sua capacidade de
resposta.
Foi feita uma escala de 1
a 100 em que se fez o levantamento das causas de stresse
mais significantes. Concluiu-se ainda, durante esse estudo em que um indivíduo
pode viver mais do que uma situação stressante ao mesmo tempo.
Alguns exemplos e por ordem decrescente: Holmes
and Era
•
Morte do cônjuge (100)
•
Divórcio (73)
•
Separação matrimonial (65)
•
Prisão (63)
•
Casamento (50)
•
Despedimento do emprego (47)
•
Reforma (45)
•
Férias (13)
Outros factores de stresse são ainda pressões no local de trabalho e até
a nossa auto exigência, para além de situações que derivam de uma comunicação
mal entendida, situações de doença e relações interpessoais: sensações de
ameaça, isolamento, repressão, pressão de um grupo, falta de controlo sobre os
acontecimentos, frustrações nas expectativas pessoais e/ou profissionais...
Podemos ainda ter outros agentes stressantes na psicossociologia quando
interpretamos mal uma situação atribuindo-lhe significado errado e gravoso,
mudanças de estado ou emprego, insegurança....
Resumindo,
stressam-nos:
1 – Acontecimentos vitais intensos e extraordinários
(mudanças decisivas no decurso da nossa vida).
2 – Acontecimentos stressores do dia a dia: um
engarrafamento ou uma discussão.
3 – Situações de tensão crónica prolongada: doença
prolongada, desemprego tardio e duradouro...
Factores outros ainda podemos invocar como os resultantes de cataclismos
(terramotos/maremotos, tornados, desastres...) os quais deixam de ser pessoais
para serem colectivos quando não nacionais e até mundiais.
É aqui que surge por vezes o stresse pós-traumático em que os
acontecimentos são revividos em sonho ou mneses recordantes, que levam a uma
apatia, incompatibilidade relacional com os outros, abuso de fármacos...
Os agentes stressores pessoais (morte de familiar chegado, p. ex.) são
intensos mas vão-se esbatendo com o tempo, salvo situações decisivamente
marcantes como a violação, por exemplo.
Num outro grupo incluímos os aborrecimentos do dia a dia e que podemos
denominar de ambientais: pneu em baixo, avaria de electrodoméstico, filas em
instituições públicas ou não,...
Aqui se podem ainda incluir as dores de cabeça ou de costas, garganta...
Bem como a insatisfação com e no trabalho, falta de privacidade, etc.
Notemos todavia que no nosso dia a dia também podem ocorrer situações de
eustresse sejam com o aplauso ao nosso trabalho, sejam a conclusão de um
empreendimento, uma boa classificação, etc...
Como moderamos o
stresse?
•
Desde logo através da nossa relação com os outros: o
apoio social e emocional que umas pessoas dão às outras alivia a situação
stressante. Até mesmo animais de estimação possibilitam o efeito de relaxo, ah!
Pois...o dinheiro...
• Sem dúvida que uma boa leitura por parte de um
indivíduo de uma situação potencialmente geradora de stresse é meia vitória
sobre essa mesma situação.
•
Auxílios externos (médicos,familiares,
medicamentos...)
Padrões de conduta:
• Ritmo de vida apressado, achando que os outros
trabalham sempre devagar, vivendo num constante aperto o que pode conduzir a
problemas de ordem coronário-cardíacos. As pessoas com este tipo e
comportamento são geralmente muito impulsivas e impacientes.
• Ao contrário, pessoas mais calmas com leitura
razoável das situações são mais inibidas e acomodam-se com mais facilidade e
acabam por resolver as situações de forma positiva sem se deixarem abater.
É este posicionamento positivo que não é de modo algum impossível para os
mais coléricos e emotivos que fortalece psicologicamente o indivíduo e o torna
equilibrado e descontraído, com interesses variados, fomentando amizades,
integrado no grupo de que faz parte.
O cérebro humano e isto porque o homem pensa com o corpo todo e põe
quanto é no mínimo que faz acaba por com maior ou menor incidência tentar
resolver as
situações stressantes e restabelecer um qualquer equilíbrio perdido, nu, desejo
intenso de homeostasia e/ou ataraxia.
Assim é legítimo que falemos de MECANISMOS DE
DEFESA que são estratégias inconscientes que um indivíduo utiliza para reduzir
a ansiedade. A arma mais comum é a ocultação da causa.
Outra forma é a apatia emocional mantendo-se um indivíduo indiferente e
insensível face a uma situação negativa, (e se um médico desmaiasse ao ver um
acidentado?).
Forma salutar de resolver a situação stressante é olhar para o lado
positivo das questões, educando-se assim as emoções em vez de se descontrolar.
Outra forma salutar é a chamada robustez nas três componentes:
•
Compromisso – dedicarmo-nos intensamente ao que estamos
a fazer.
•
Desafio – entendendo que a mudança é mais natural
que a estagnação e que se agora está em baixo, logo estará em cima.
•
Controlo – a convicção de somos capazes de dominar as
situações.
Um indivíduo ROBUSTO
encara o stresse com optimismo e é capaz de procurar as suas causas dando a
volta por cima.
Uma coisa é certa: «apenas a morte nos separa do stresse.»
•
Outras alternativas:
•
Transformar uma ameaça num desafio.
•
Alterar os próprios objectivos.
•
Fazer exercício físico.
•
Alterar alguns hábitos alimentares.
•
Preparação prévia para a situação stressante.
Lembro-me bem de uma grande mão cheia de palavras, perfeitamente vulgares, mas que para mim eram tão estranhas como a estória da Judite: Não contvava com elas nem lhe conhecia o significado... É o caso desta : Cardomo...
Mas nunca entrei em stresse.... Com a minha proverbial calma esperei até descobrir o que eram.
Com a
brasa que tem estado em termos de temperatura até apetece ter saudades dum
inverno, daqueles bem rigorosos em que se ouviam estas e outras estórias ao
serão junto do borralho depois de comidas as belas couves cozidas na panela de
ferro com algum naco de toucinho e algum tanoco de pão, bem longe do cardomo que se apresentava na rua em
cada poça ou lapacheiro com a água bem caramelizada, vidrada, cardomada, como
depois aprendi.
É a
vida...
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXIIIIIIIIGGGGGGRRRRRRRRRAAAAAAANNNDDDDEEEEEEEE
2 comentários:
MAI NADA!
Diz o leigo, (eu) Amigo Vitor, que até não sofre muito com o verão, por via de ter nascido no São Bartolomeu. Me gusta más el inverno! Garantidamente o inverno causa menos stress, as veias incham menos, por via de menos calor, o sangue corre mais de_vagar, o compasso é mais certo e mais lento, as novidades, as vidas, as alterações à rotina são menores, o sol, vai-se e manda-nos acalmar mais cedo, dia após dia. Os garotos também eram como hoje, mas levavam logo nas orelhas, assim na vez seguinte, pensavam duas vezes, logo alguns pensavam e mudavam de opinião, na verdade porque sempre e tudo o que os garotos faziam, se sabia quase de imediato, havia outra transparência, no mal feito! o correctivo chegava a tempo e horas de fazer efeito! hoje vai ao psicólogo/analista/jurista, porque o papa, não sabe o que aconteceu ao menino, que parecia sempre tão querido! POI! ABRAÇO GRANDE...
Em adenda, devo dizer-te que andas valháco para esse quadros, julgo, serem ECXEL? Tens tempo... Pergunta! Será que posso vir a sofrer de stress agudo, por andar preocupado, por ainda, nunca ter provado Barca Velha e Pera Manca? ABRAÇO::::GRANDE......
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