sexta-feira, outubro 20, 2006

A NOSSA FALA - LXVIII - CUNCA

Já era adulto quando ouvi pela primeira vez a palavra sanefa.
Parece até mal dizê-lo, mas fica bem esta confissão. Estranheza tive também quando oiço na televisão chamarem MACACA a um jogo que na aldeia sempre se chamou
descanso. Jogava-se com uma CUNCA: um bocado de telha galega ou de um tijolo com o tamanho de meia palma de mão e sem configuração definida. Convinha que tivesse uma parte com ligeiro rebordo ou saliência já que facilitava o impulso que lhe era dado pelo pé coxinho quando passávamos de casa em casa. Este jogo do descanso era misto, tanto era jogado por rapazes como por raparigas. Não eram muitos os que gozavam deste privilégio. Por via de regra os jogos eram diferenciados por géneros sexuais. Um dia pode ser que tratemos deste tema das brincadeiras da canalha em tempo de escola.(...)
No tempo da colheita da azeitona, às vezes Dezembro já avançado, dias curtos e frio que bastasse, Mnel Mantarrota, da esquina do café da Rosa, por essas seis -que o trabalho espera-se no sítio e não em casa - fazia soar o búzio chamando o rancho para a abalada. Na Aldeia vislumbrava-se aquela fumaça por sobre os telhados, efeito da miguinha da batata em panelinha de ferro ou do aquecimento da VIENDA para o porquinho, que o regresso era só já de noite.
Lá vinham eles e elas aos pares ou isolados e confluíam para o adro.Os diferentes grupos formavam-se e do barulho passava-se a um silêncio que só algum cão cortava no aferrenho a alguém que passasse na sua área de circunscrição e ele não conhecesse ou dele tivesse má memória, por via de alguma pedrada ou ameaça com paulada.
O almoço era invariavelmente ao meio dia. O lume era aceso logo de manhã e mantido aceso todo o dia, que, naqueles tempos, o códão só abalava lá para as onze e mãos e pés arreganhavam com facilidade. De vez em quando era imperioso descer da escada e reactivar a circulação, ou, então deixar de apanhar para que os dedos não ficassem hirtos hora de almoço lá saíam das bandoleiras o corno com as azeitonas, o tanoco de pão centeio ou de mistura, uma tora de toucinho e uma cunca de queijo. Alguns, sobretudo quando o casal pertencia ao mesmo rancho, levavam comida de tacho embrulhado em rodilhas por mor de não perder de todo o quentinho do lume. O toucinho ou a morcela, o naco de entremeada (luxo maior) ou até mesmo o pão, eram aquecidos na ponta de uma sovina e pingavam sobre o pão. Velha era a história do toucinho assado e do pão pingado. Quem não se lembra desta maravilha, sempre recontada quando as couves coziam ao lume, com a panela pendurada nas cadeias, que, por baixo, às vezes, era preciso pôr o pucheirinho para fazer o café de borra com que se mataria a bicheza na manhã do dia seguinte. (...)
Se há coisa de que eu quase nunca prescindo quando ando nas lides campestres é duma valente posta de bacalhau, bem regada no azeite da bela oliveira e com dentes de alho que dá para uma família de cidade para uma semana. Se acompanhada por umas batatinhas assadas na cinza, então, aí o sete-estrelo do prazer gastronómico fica mesmo ao lado. Se o vinho for a condizer claro está que ultrapassa a raia do extraordinário. Minha mãe sabia disso. Mãe é sempre mãe e eu tinha algumas vezes na minha buchinha um postinha do fiel e um garrafinho de azeite já com o alho escarchado . Lambia-me.
Muitos de vós talvez já não vos lembreis daqueles queijos cabreiros, muito negros, baixinhos, com gordura envolvente, os quais eram tratados em tábua de solho revestida de palha centeia e todos os dias voltados e passados por água tépida com muito jeitinho. Aquilo era - às vezes(cada vez menos) ainda consigo arranjar um ou outro- aquilo era, e é, um prazer inefável. Só com uma cunquinha quase se comia um pão inteiro tal a intensidade do sabor.(...)
Para que a cunca não fique sem todos valores da sua polissemia aqui vai o derradeiro: quem ia a monte, aviar a vida, arrear a calça, telefonar ao Salazar, aliviar a tripa, fazer um alívio, estrumar a couve, dar comida à mosca, que sei eu?... quem ia, por norma, levava uma cunca, ou mais, para limpar o traseiro. Quando se esquecia da cunca servia uma pedra meia lasca, ou mesmo umas folhas de carvalho. Aos garotos, por vezes, aconselhava-se a folha de figueira! Era assim que se aprendia.
Na vida há sempre que aprender! E que recordar. Recordei hoje aqui coisas que o tempo ainda não apagou mas que já estavam meio tapadas. Destapei-as para vós. Podeis consumi-las que elas não trazem as desgraças de Pandora.
Acabemos com um dito espirituoso: disse o Tonho para a Elvira que tinha as mamas pequeninas:" eh! cachopa, hás-de esfregar as mamas com papel higiénico! E ela atarantada: tu és parvo ou quê? E ele: Se o teu cu cresceu pode ser que as mamas também aumentem de volume! e ela: Ranhoso! que és um ranhoso!
Imaginai que era com uma cunca!!!!
XIIII GGGRRRRANDDDDEEEEE!

12 comentários:

Anónimo disse...

Hoje só quero deixar uma palavra de coragem ao nosso amigo Lapaxeiro. Quem já venceu uma vez, há-de vencer de novo. Força!

Anónimo disse...

Acho piada ao cuca, começa a viagem tipo, vou andar de avião, logo depois em pleno voou, sou o maior, rebeu beu pardais ao ninho, épá, é bom, e o perna de pau olarila, ná gosto de gelados azar. Bebes uma seven up, mai nada. Ficas fino, preparado pra outra, tipo porra, vai l´´a vai. È assim a vida, doi bué. Azar a vida é sempre muito dura, só a nossa capacidade, a pode tornar suave. Dentro deste conceito, tipo, eu quero. Tipo eu é que sei.

Anónimo disse...

Quem quer "bricar" comigo ás casinhas, ninguem! quem é que é mau, eu pratitamem. Já não há pides "interssados" em tanta descodificação, nem compaheiros do petisco, com tempo prá solução. Não faças mal ao teu Talento. Digo eu.

Anónimo disse...

Agora, queria estar a comprir o meu sonho a minha vontade de improviso, com essa viola, só essa! nunca ouve nem tempo, nem coragem! Minha. Já agora, deixa-me afinar a muela, tipo a ver, onde é que há escola de musica, não vou lá! Eu vou ser sempre sempre rebelde, enquanto puder, não mudo, eu tenho, capacidade, tenho amigos, vários, sim acredito que se eu tocar á maluca o bacano dasafina muito menos. Um pouco mais do que o avô, verdadeiro fadista, p'ois o Povo gostava e pagava Zero. Mas logo faze-mos um ensaio. Claro que sim. Pois tá claro.

Anónimo disse...

DAaa. Daa. Claro marsia, daa, daa. Partitamem. "pratitamem".

Anónimo disse...

Podes ser tipo, gajo porreiro, metade, menos um terço dos acionistas, logo o teu esquema é só valorizar as acções. perco logo metade. Tipo conheces o Russo, e assinas o perfume, daqui a vinte anos, vens dizer-me ó amigo, deves-me uma viagem. E eu rio, E tu tocas essa viola. E eu canto. E o mundo pára como sempre quando o ser diz viva Dom Afonso Henriques. VIVA PORTUGAL. Depois já velhotes, podemos ter nostálgia, desta musica que eu estou a ouvir. Pó de arroz, do teu arrozal, arroz intengral. Outra do mesmo, esse gajo que adormeceu, ele acabou de adormecer, esta que estou a ouvir é a cinderela. ( a ver o que se segue. ). Já tá a tocar e doi, não sei o que é. Tenho que parar por hoje, vou ser eu a escolher !sosinho! não é facil. vamos ver. Era um mundo novo com sonho de poetas ide até ao fim cantar novas vitorias e erguer orgulhosas bandeiras. A conquistar, qUE bela piada? daaa. ( Eram os "Davinche" ). Às vezes com uma crise quaze igual á tua, tipo, ontem e antes de ontem, só que sem nada. Fico exactamente igual, sem sinal de alarme, é tão bom não ter alarme! E saber que és zero. Tipo hoje nesta viagem chuvosa, entre vilar e a Aldeia,. Restam poucos anos, porque tu sempre foste, uma miseria de homem, sempre pensas-te em ti zero. A opinião sempre te dominou, E sempre se misturou, no "elasse", dominavas! grande mentira, apenas condicionavas- a teu belo prazer. Mais vale eu sofrer sozinho. Já não sou assim, pois domino o problema. ( mentira ) Azar, o meu. Porventura, se tiver a tua sorte, depois desse azar, quando isso acontecer, quando for esse dia, tipo dizem que se nota. Logo espero ter filhos, já tipo vinte anos, que te vão dizer o meu cota já foi. Não me dá nenhum transtorno juro por mim. Esses "Flasses", que foste lendo por ai Ôje, nesta pequena viagem, são apenas resultado, desse livro, que apenas me parece, que eu e tu lemos, sentindo que admais tenha lido, sente pudor em falar porque, na verdade não leu. Agora ouve, estou a a ou vir o prefume patÕLI. Agora é o som do trombone de varas... Agora o Orgão... E a Viola ... Agora os "Sacsofons" E acabou. Esta porra não para È MP3. Logo, ficas obrigado á minha vós, au meu timbre e aus meus vaipes, de artista! Tás a ver! È a chamada coragem da tetra, ó que é que queres! Temos dois anos de diferença e agora estou de repente a ouvir o desafdiu
que paira sobre o riu o Luis Portugal. Este é um CD que não para. Na verdade este é um MP3, não os posso ouvir todos, chegou a vez do José Cid, El Rei .Dom. Sebastião. O puto foi, corajoso, morreu pela Patria, pelo paìs, gozam dele como se ele tive-se abandonado a patria, não podia com a Espada do dom Afonso Henriques, será que pegou nela, se era assim tão pesada isso parece que o Dom Afonso Henriques, seria UM MOSNTRO, e os Portugueses aqueles, lá do filme, do Senhor dos aneis, lá naquele buraco dos demnónios, antes do Mapa cor de rosa, E da morte de dois Reis e da nossa desgraça. Fosses sábem tanto de futebol, como eu de matemática. Eu Conheeco as datas todas e fosses sabem relacionar! Somos uns miseráveis. Uns Tristes. Agora meu deus estou a ouvir, aquela di encima do Huambo, pim pim pum, cada bala mata um. Isto é MP3 uma cxoisa de cada vez., O que eu gosto é do telejornal, desde que a minha mãe, passou a ver, julgo o da rtp, em vez, do tvzit, pensso que sofre menos, Seus Cabroêwsz Negosazos, esquerozozs, voces na tem familia, cabroes negros.Estou a ouvir um MP3 dos anos 80 e 90, passo, muitas, mas parece que nunca mais descubro uma pra dizer, até logo. Vou me enervar e deixar a musica a meio. Amanhã é outro dia.

Anónimo disse...

A vossa capacidade, não é a minha capacidade, paço sss a noite nestas piadas da treta, tipo se quizer ri, se não até dá pra comentar: vá lá eu sei que não é capaz, mas é tão bom rir não È? Um ser humano exposto, de borla, Tenham lá calma, pro ano que vem eu vou estar disponivel ( tenho medo que não entendão? ), quero dizer, a vocezes, que pro ano que vem tambem podem tirar o 12º ano. ´`alias, se se portarem bem, tu por exemplo Rita, se tiveres juizo, daqui a dois anos, podes ser doutora filosofica. Eu sei que tu andas l´a cas cabrinhas, mas já tens o nono ano verdade! Bem a um ano atras´tinhas a 4ª classe certo! Certo! Então são mais três aninhos ou quatro vá.

Anónimo disse...

Esta merda ficou ligadA, APAnhei a minhA MAE das analizes, não bebi o ricarde no zé, mas ás 10 e meia bebi um porto eu e o tó, defesa Central do pedrogam..- Ganda maluco, vou lá Á Minha obra, andam lá os dois Doutores, (dez e meia. ), falo atravessaado, pós dois, abituados, a apanhar com umn gajo, que chega ás nove, quando chega, de serviço, tipo feliz, por qu~e , porque o mundo roda bem, como eu gosto, feliz, e não vejo nada, eles são alguns dos melhores amigos que eu, tenho, tirando o tó, que poucos copos bebeu comigo, mas ainda andou a ouvir-me olha olha ai ao meio, o resto é só inveja meu. è triste, tive lá com o meu Amigo Koia à meia-noite, a ver umas senas de umas senas, de madeira, ele coitado queria ir dormir, diz que lhe doi búé as costas, pensso sempre que é mentira, mas prontos, o resto é assunto meu.

Anónimo disse...

Tens uma Aldeia, com um tó, sim esse tó, porque ninguem mudA, NEM POR VIA DE UMA FRACTURA, nem tu devias mudar por via de sentires O Heroi, Ele é mais velho do que tu, Tu eras "ecxelente" ele, não te ficava atras, quem ficou a ganhar fui eu a as minhas defesas acrobáticas, sempre antes de usar oculos. DEsde aquele dia que vi lá aquele defesa, com oculos, da equipa do pedro, ficou a ideia. Agora lá naquele mini torneio que te falei. O nosso é muito Bom, mas eu arrisquei o último jogo á balisa, com Oculos ele disse mudamos, verdade, meti as senas. Mas como sou magro, mas via bem a bola, e sabia tudo sobre balisa, agora melhor, nada preocupado, com os Oculos. Bola, quantos são? Quantos, tem a velocidade do Henrique, macaco ou tu, e a bola só se vê ali já junto á nossa cara! È cá uma diferença. Eu é que sei. Mas ser guarda redes, de futebol Onze, é muita lata, mesmo muita lata. E ai entra a estupidez, dos amigos, mas ninguem, resiste, aos amigos. Eles e elas são mesmo, nós com a sorte de amigos e irmãos e irmã. Nessa sorte, que teorias, já ouvi, tipo, culpa do velho, sem dúvida ele ai tem a meias com a nossa mãe esse mérito todo, nós somos só isso uns sortudos a ficar velhos e a ver a morte a aproximar-se. Só queria dizer uma coisa mais, A invenja, táva ali um poeta a dizer que a inveja morre depois! A inveja nunca morre, o nosso medo da morte, tem a ver exactamente com isso, onde é que largamos o c. È negativo, não é o c. O que matA É esse gato, que o zé tem com o tó e o tó tem com o zé e zé tem com o nando e o nando tem com o tó e o tó tem com o nando e o nando tem com o zé eeeee. QUE o luis não tem com vitor e o vitor não tem com o luis. OU ao contrario. Ou melhor dizendo, aquilo, que os dois últimos, nunca vão deixar de ter. PAIXÂO. MÂE TETO. Eu sei que há Milhões de irmãos, que não tem este assunto, assim, azar, E conheço aquele ditado, que diz, podes escolher os amigos a familia não. Esse ditado porventura existe, por nossa causa. Èpa.

Anónimo disse...

Os americanos o quê??

Anónimo disse...

um ok pratitamem

Anónimo disse...

Não me obrigues a andar de um lado pro outro, armado em Guarda Redes, porque eu quero ser, o melhor guarda redes depois de ti. DA toda a Beira baixa.