Todos os anos era a mesma comédia: naquele dia, nos 30 minutos a seguir às 7 da manhã, sucediam-se os silvos dos foguetes a subir seguidos do estrondo dos arrebentamentos. Os galos permaneciam calados, os cães ficavam excitados, os bebés choravam assustados, muitos adultos e adultas apresentavam queixa contra desconhecidos por lhes cortarem o sono e chamavam-lhes nomes feios.
Havia festa na aldeia e os povos vizinhos tinham de saber: supostamente era essa a função dos foguetes em tempos faltos de telefonia, televisão ou internet. Mais ou menos intercaladamente, ouviam-se os foguetes de resposta e os de 12 tiros, para acabar com 5 minutos de foguetes de morteiro. Eram sobretudo estes que incomodavam os dorminhocos: a cada 4 ou 5 segundos o estrondo seco do morteiro fazia estremecer levemente os pindricalhos de vidro do candeeiro, entrava pelas trompas do eustáquio adentro e provocava uma grande agitação na região ventral-anterior do hipotálamo, mais especificamente no núcleo supraquiasmático, desregulando o NREM e o REM e, claro, confundindo os sonhos.
Agora, acabou! Já não há foguetes, não há estoiros no ar às 7 da manhã, uma pessoa já pode dormir até às 8.
- Festa sem foguetes, nem é festa nem é nada – declarou o Ti Ambrósio Espantamulas
Conta-se que duma vez, o primeiro foguete da alvorada assustou uma cegonha passante que largou a cobrita que levava no bico com ideias de a entregar ao filhote como pequeno almoço, tendo a dita vindo abater-se no caldeirinho de água que a Natalina Figoseca levava na molídia, e que tinha ido a buscar à fonte do ribeiro cimeiro. Quando desceu o caldeiro para conferir que raio lá tinha caído, e deu com o réptil ainda moribundo, sentiu-se invadir por um arrepio tão grande que lhe eriçaram todos os pelinhos e pintelhinhos do corpo. Botou a fugir caminho abaixo aos gritos e só parou ao pé da velha Conceição Jajanova, que a animou e lhe prometeu que ia ela buscar o caldeiro. E foi. Agarrou na cobrita pelo rabo, deu-lhe forte com a cabeça numa pedra do muro e, meteu-a ao bolso do avental. Mais tarde, já perto da hora do almoço, esticou cuidadosamente o escamoso bicho em cima do batorel, fez-lhe um talho latitudinal a meio, com abertura suficiente para enfiar um dedo de cada lado e, de seguida, puxou devagarinho em sentidos opostos, assim como se faz para tirar a pele aos coelhos. Removido o pulmão, o instestino, e outras excrescências, cortou-lhe ainda a cabeça com uma podoa. Instintivamente, Ti Conceição sentiu as glândulas gustativas em efervescência à vista daquele pedaço de carne rosada e tenra que daí a pouco havia de fritar em azeite, alho e uma pitada de coentro e depois degustar, lânguidamente. E logo em dia de festa.
O mundo é composto de mudança, disse o Luís Vaz e cantou o Zé Mário, e o mundo inclui as festas populares. Parece que antigamente, para além dos foguetes, festa que não metesse porrada não era festa não era nada. Para além deste pormenor, um estudioso concluiu algumas outras coisas interessantes no fenómeno das actuais festas populares, a saber:
Agora, acabou! Já não há foguetes, não há estoiros no ar às 7 da manhã, uma pessoa já pode dormir até às 8.
- Festa sem foguetes, nem é festa nem é nada – declarou o Ti Ambrósio Espantamulas
Conta-se que duma vez, o primeiro foguete da alvorada assustou uma cegonha passante que largou a cobrita que levava no bico com ideias de a entregar ao filhote como pequeno almoço, tendo a dita vindo abater-se no caldeirinho de água que a Natalina Figoseca levava na molídia, e que tinha ido a buscar à fonte do ribeiro cimeiro. Quando desceu o caldeiro para conferir que raio lá tinha caído, e deu com o réptil ainda moribundo, sentiu-se invadir por um arrepio tão grande que lhe eriçaram todos os pelinhos e pintelhinhos do corpo. Botou a fugir caminho abaixo aos gritos e só parou ao pé da velha Conceição Jajanova, que a animou e lhe prometeu que ia ela buscar o caldeiro. E foi. Agarrou na cobrita pelo rabo, deu-lhe forte com a cabeça numa pedra do muro e, meteu-a ao bolso do avental. Mais tarde, já perto da hora do almoço, esticou cuidadosamente o escamoso bicho em cima do batorel, fez-lhe um talho latitudinal a meio, com abertura suficiente para enfiar um dedo de cada lado e, de seguida, puxou devagarinho em sentidos opostos, assim como se faz para tirar a pele aos coelhos. Removido o pulmão, o instestino, e outras excrescências, cortou-lhe ainda a cabeça com uma podoa. Instintivamente, Ti Conceição sentiu as glândulas gustativas em efervescência à vista daquele pedaço de carne rosada e tenra que daí a pouco havia de fritar em azeite, alho e uma pitada de coentro e depois degustar, lânguidamente. E logo em dia de festa.
O mundo é composto de mudança, disse o Luís Vaz e cantou o Zé Mário, e o mundo inclui as festas populares. Parece que antigamente, para além dos foguetes, festa que não metesse porrada não era festa não era nada. Para além deste pormenor, um estudioso concluiu algumas outras coisas interessantes no fenómeno das actuais festas populares, a saber:
que as festas, apesar da capa, se realizam cada vez mais à margem do motivo religioso que lhes deu origem, o que denota uma separação nítida entre o cariz sagrado e profano – nalguns casos há litígio com o pároco, noutros há negociação bem sucedida;
que é assumido cada vez mais o objectivo comercial de procura do lucro material, em que até a data da realização tende a privilegiar as vantagens comparativas inerentes ao afluxo de pessoas, em vez de respeitar a data da celebração religiosa do santo em nome da qual a festa é realizada;
que se verifica um progressivo esvaziamento das referências simbólico-culturais características da localidade e da comunidade em que a festa se inscreve;
que este esvaziamento simbólico foi como que substituído por novos valores os quais acompanham e decorrem do processo de modernização das sociedades rurais;
que esse processo de modernização fica muito a dever a padrões de vida, de consumo e de fruição importados do espaço urbano e subsidiários da cultura de massas;
que a motivação dos protagonistas principais (mordomos, comissão), assenta menos nas questões da fé e orienta-se mais para a prossecução de uma estratégia de afirmação identitária no espaço de origem;
que a dinâmica da festa em si se pauta por elementos completamente desligados da matriz cultural local, como sejam os espectáculos dos artistas e grupos musicais que se fazem pagar bem, em cujas actuações apresentam aparelhagem sofisticada, jogos de luzes e som muito alto, por contraponto ao realejo, acordeão ou banda filarmónica que se satisfaziam com uns tintos como paga;
que a postura dos intervenientes (público) é tendencialmente passiva, inibindo-se de participar dançando ou cantando, resumindo-se ao consumo quase estático;
que se regista uma actualização dos géneros consumidos durante a festa, embora a bifana e os pipis venham conseguindo oferecer alguma resistência ao hambúrguer e ao cachorro;
enfim,
assim como já não há homens como antigamente, parece que também já não há festas como antigamente.
O fim das alvoradas de fogo anulou a possibilidade de acontecer ao Miguelito e ao Camião, os habituais técnicos pirotécnicos, o mesmo que naquele ano. Consta que estavam eles em competição, munidos cada um com seu isqueiro espanhol de torcida, a ver quem APICHAVA mais rapidamente o rastilho dos foguetes, quando aconteceu algo inusitado. Era preciso ir soprando a torcida para não se apagar. Duma das vezes, o Miguelito já tinha chegado a torcida ao rastilho várias vezes e ele não havia maneira de APICHAR. Zangado – o Camião já estava a largar o terceiro foguete de resposta seguido – assoprou-lhe com tanta força que a placa lhe saltou da boca indo cair no meio do silvado da ribeira. Preocupado em ver onde tinha ficado a placa, não reparou que o rastilho tinha finalmente APICHADO e estava na hora de o largar. Não o fez, e quando se deu conta já ia no ar agarrado à cana, bem uns dois metros – convém lembrar que o Miguelito é homem seco de carnes não ultrapassando o seu peso as 3 arrobas e meia. Valeu-lhe o metro e oitenta do Camião que, ao ver a cena, se atirou às calças do Miguelito, e os dois tombaram para o silvado.
assim como já não há homens como antigamente, parece que também já não há festas como antigamente.
O fim das alvoradas de fogo anulou a possibilidade de acontecer ao Miguelito e ao Camião, os habituais técnicos pirotécnicos, o mesmo que naquele ano. Consta que estavam eles em competição, munidos cada um com seu isqueiro espanhol de torcida, a ver quem APICHAVA mais rapidamente o rastilho dos foguetes, quando aconteceu algo inusitado. Era preciso ir soprando a torcida para não se apagar. Duma das vezes, o Miguelito já tinha chegado a torcida ao rastilho várias vezes e ele não havia maneira de APICHAR. Zangado – o Camião já estava a largar o terceiro foguete de resposta seguido – assoprou-lhe com tanta força que a placa lhe saltou da boca indo cair no meio do silvado da ribeira. Preocupado em ver onde tinha ficado a placa, não reparou que o rastilho tinha finalmente APICHADO e estava na hora de o largar. Não o fez, e quando se deu conta já ia no ar agarrado à cana, bem uns dois metros – convém lembrar que o Miguelito é homem seco de carnes não ultrapassando o seu peso as 3 arrobas e meia. Valeu-lhe o metro e oitenta do Camião que, ao ver a cena, se atirou às calças do Miguelito, e os dois tombaram para o silvado.
Isto é verdade. Acredite quem quiser.
49 comentários:
Tá certo, mainada.
Disse a um amigo que o pratitamem ia escrever num outro horário, mas hoje foi a festa dos cucos e eu cá, estranhamente cheguei "cedo", mas tinha que ver o dvd emprestado, The Butterfly effect. Depois, o Blog é mais forte do que eu, não resisti, já li e depois de um muito bom filme um muito bom Post, não me fiquei, quebrei o combinado e cá estou.
Há uma razão obvia para o com. quando me tiram as palavras da boca e isso acontece no caso com o karraio, neste Post, fico vazio e satisfeito, largou-se o "fél" fiquei mais limpo, alguem berrou por mim, nada é mais simbiótico do que duas letras distintas afinarem com uma musica feita á posterior.
sem tretas subscrevo, e registo tambem o gosto enorme, de aprender com o changoto mais vezes nos com.
Gatos ainda há, só na minha rua mais de meia duzia, felinos comédado vi uma vez um, acho que era um Lince, mas tambem não sei se ainda é vivo, já ouvi dizer que é treta dos ecologistas, que já só os há em espanha e poucos.
é verdade! Este ano dormimos até às 9h...(foi mai uma horita!!)porque se já não há foguetes, puns e taus, a banda de Aldeia de João Pires, esta continua com a tradição de correr as ruas, com os seus "frum Frum Frum" que relembram a todos que é dia de festa e que todos se devem empirriquitar para ir à missa! Graças a Deus que algumas tradições se mantêm. É claro que da injuria não se livram, mas é da praxe e se não fosse assim, não tinha piada!
Restavam nacos avulsos, lembrei-me do meu tempo de ria formosa, esse santuário de marisco e natureza, ou vice-versa, onde ainda muito jovem vi pela primeira vez uma sapateira coxa, juro sem uma patita e o meu colega velho sabido, me ensinou aquilo de que a escola se esquecera, diz-me: jovem as sapateiras têm a capacidade de mesmo ficando sem uma pata rejuvenescer, alguns pescadores vem aqui de forma ilegal a esta zona protegida, cometem o crime tiram uma pata ao animal e largam-no.
Fiquei assim... aos 24 e perguntei-lhe, o animal vai morrer. Ele riu-se e respondeu-me que não, que a sapateira é um dos poucos seres vivos que pode recuperar um membro ou ter a capacidade de o fazer nascer de novo. Acho que já contei isto a alguem, karraio, não me lembro bem, uma coisa é certa nunca comi, nem nunca vou provar, bocas de sapateira, o nome pelo qual o crime é conhecido em algumas marisqueiras.
A natureza não pára de nos dar lições, é isso e a puta da memória, graças a deus.
P.S - Não, ainda não é alzaimer.
Mesmo sem recorrer à minha fidedigna e robusta bola de cristal, apenas cheirando os ventos e olhando os astros, antecipo a reviravolta que isto vai levar quando reagirmos e sairmos deste torpor amolecido e pegajoso que nos mantém veraneando nesta longa hibernação.
Eu imagino o que vai ser quando ultrapassarmos os níveis dos demais países europeus e recuperarmos o atraso de vinte e cinco anos que a Comissão Europeia, para vergonha de muitos e descaramento de não poucos, com extrema simpatia, há tempos nos atribuiu
Espreito salas de aulas a regurgitarem de computadores com acesso à Internet, aí com um em cada seis miúdos do ensino primário por unidade, (a Finlândia vai hoje nos onze!), e, no secundário, não menos de quatro (a Suécia vai nos sete!).
Rejubilo ao contar quatro ou mais vezes investigadores do que os que temos hoje, (e lá estaremos a deixar a outrora orgulhosa Dinamarca a perder de vista!).
Enxergo noventa por cento das nossas pequenas e médias empresas, as conhecidas PME, ligadas à Internet (a Suécia, vejam lá, só tem 76!) dominando todo o espaço europeu e invadindo todo o globo, incluindo as gélidas regiões árcticas e antárcticas, onde hastearemos, orgulhosos, uma bandeira nacional em cada pólo.
Nessa altura, aliás, só haverá empresas MGE; todas as P acabaram, sem terem pago um cêntimo ao fisco em toda a sua próspera vida de prejuízos acumulados. Por seu turno, sempre cada vez mais ambiciosos, teremos as G, de grande, continuando a ter, sensatamente, as M, de média.
Daqui a uns anos , no ano 2040, no dia 21 de Abril o jornal a Bola fecha por falta de saída , já ninguém liga ao futebol, apenas vão sobrar umas linhas para os resultados da Liga do Futebol Amador (LFA), uma página para o ténis, duas para o golfe e um suplemento de quatro ou mais com anúncios de vendas de moradias de luxo, todas elas com ancoradouro para dois iates e garagem para três limusinas.
Aqueles outros países, nessa altura atrasados, então de cabeça humilde e baixa a olhar a sua própria tanga, muito mais exígua e indecorosa que a que hoje nós, portugueses, usamos em dias de festa, vão sentir na carne os efeitos demolidores da nossa galopante recuperação.
Haverá festa por todo o lado e, nessa noite, Porto e Gaia, unidos cada vez por mais pontes de trânsito calmo e fluido, dirigido por gente educadíssima e cortês, pelas mãos dos seus presidentes de Câmara, vão lançar, do meio do rio que os une, metidos no mesmo barco e usando alternadamente o mesmo morrão, foguetes de risos aos estalinhos e gargalhadas ribombantes, pendendo suavemente dos ares até caírem nas águas cristalinas do Douro, iluminando enormes cardumes prateados
Do mercado pirotécnico de então há muito desapareceram os deprimentes foguetes de lágrimas e o fogo injustamente preso terá sido, já lá vão anos, posto em liberdade. Apenas a miudagem, que deixou de bater e insultar os professores, sempre indomável na sua irrequieta juventude, vai continuar a apanhar canas, então feitas em PVC
O tempo voa e vinte e cinco anos passam mais depressa que uma tarde chata de domingo, sem ponta de sol, em que nunca deixou de cair densa morrinha
Com filha da puta!
Esta noite não molhaste o pincel, certezinha. Nós aqui na terrinha, é costume dizer "RAIOS TRINTA TA PARIRAM" (sem ofensa, sinceramente), deves andar muito em baixo, deixa lá, isso há-de passar.
Gostei do texto do bostik. Irónico mas interessante.
Diz-me a experiência de todos os inícios de ano confirmada ao longo do respectivo, que não devemos confiar nas previsões dos zodíacos, astros, horóscopos, tarot e outros que tais, incluindo bolas de cristal. Por isso só posso concluir que, ou o bostik anda a ver muitos filmes de ficção ou terá caído no conto do vigário de algum adivinho com anúncio em revista cor-de-rosa.
A sério: um texto deveras interessante, e muuuito imaginativo.E optimista. Pensamento positivo...assim é que é! MAINADA! E quem quiser melhor que o faça.
È no rigor de episódios da árdua vida que o nosso escritor viu e bem, que o gigante Golias Camião terá salvo a vida ao David Miguelito e que nesse dia , a historia ter-se –a escrito ao contrário . Poderia ser o argumento de um filme de dois homens , ambos grandes , gigantes de coração também . e que estranho percurso que os terá levado a esta também estranha e perigosa competição de lançar foguetes o mais depressa possível quando o bom senso diz que tal deve ser feito com o máximo de cuidado?
A inclinação ao comportamento afoito reflecte-se no cérebro através de uma aumentada produção de dopamina é assim que se chama não é?, neurotransmissor que nos leva a um verdadeiro estado de transe. Assim, em situações de risco, tornamo-nos capazes de executar tarefas com eficiência acima da média e somos compelidos a procurar novos desafios.
Evidentemente, a propensão pelo perigo manifesta-se de maneira muito diferenciada em cada indivíduo, assim já sabes , quando não tiveres coragem de falares com a gaja de corpinho danone que não te liga corno , tomas meio litro de Dopamina que até recitas os versículos satânicos em grego com sotaque Cretino ou Cretense ou Cretacio ou ....
bostik tem cuidado nao abuses no Dopmania essa merda cria dependencia....
Volto aqui para dizer que também gostei da análise do Karraio sobre as festas populares.
Eu cheirava-a e snifava -a mas ficavam-me o raio dos comprimidos engalhados nas narinas. Quanto à questão da dependência ainda se põe muito em Creta e Olivença
Filhos de um damonhe, parece que não tem mai nada que fazer. Em vez de fazerem pela vida, botam-se ai a dizer côsas, que nem dotôres o fazem melhor. Só mesmo o KARRAIO e o CHANGOTO é que lhe fazem frente...,"mas sabe tralha, o garoto,é mesmo um torgalho". Já agora Changoto, na altura em que apanhei azeitona nessas oliveiras, o patrão era mais tolerante, principalmente com os principiantes. Um bem há-jas.
Uma vez o raio de um foguete caiu e não rebentou, e eu ainda de tenra idade e com vontade de realizar novas experiências "cientificas" (assim as entendia eu) decidi espalhar a polvora numa tabua e apichei-lhe um fosforo e já podem imaginar o que se seguiu....pois é, uma carga de porrada que ainda hoje me lembra!!!
É verdade que a tradição se vai perdendo ou percorrendo outros caminhos, mas uma coisa ainda nos resta, podermos partilhar uns momentos de alegres conversas, e atenção o contúdo continua a ser o mesmo, agora um pouco mais refinado, é da idade !
Interessante o texto do bostik, qual coelho branco em "ALICE NO PAÌS DAS MARAVILHAS".
Acerca de foguetes , a NASA , que é uma autoridade na matéria já disse que , e passo a citar " A NASA está também a examinar a possibilidade de utilizar veículos de lançamento caros em missões que não necessitam das capacidades únicas do vai-vem, e está a procurar desenvolver uma nova geração de pesados veículos de lançamento.
Este será o próximo capítulo da história dos foguetões -- uma história cujo primeiro capítulo foi escrito há mais de 2,400 anos."
Como todos sabem a NASA é o NUCLÉO de ALDEIA DO BISPO . SABUGAL E ALCONGOSTA que estuda entre outras coisas , o comportamento dos objectos neutros em ambiente esteril mergulhados em solução salina de bostiK
Raios ma partam se existe Blog melhor que este!
Parabéns ao Karraio e ao Changoto! A ideia foi genial e os posts geniais são!
Só me resta dizer que, este sim, é um Blog comédado e que vós sandeis chapados!!
Assim dizia karaio , na sagrada escritura no livro da Baságueda aos internautas- “Valeu-lhe o metro e oitenta do Camião que, ao ver a cena, se atirou às calças do Miguelito, e os dois tombaram para o silvado.”
Este inocente texto retirado do seu conteúdo pode ser colado nas paginas actuais da nouvelle vague metro sexual . Que faz um homem atirar-se ás calças de outro ? Na versão lisboeta não teriam caído para o silvado , teríamos que lhe arranjar um maneimo fetichista , fardados de négligés e com ar de perfil egípcio . Pronto . não vou mais bater no protótipo gay mas porra ..deixem-me ser heterossexual em paz. Eu não ando pra ai a gritar que sai do armário e a dizer que tenho orgulho disso . Cada um é como cada qual mas sem ruído.. não se fala mais nisso !!!
Desconfio que a história da cobra é uma (boa) criação do Karraio. Mas fica-me na mesma a dúvida, como nunca comi, já algum dos ilustres comentadores deste blogue comeu cobra frita em azeite e alho? E recomendam o petisco, ou não vale a pena experimentar?
Com filha da puta! Já ai andas outra vez! E Lisboeta? Hamm! E na escola que andaste faziam ditados? "Karraio" tem dois "r" e não um. Foi só uma atenção não leves a mal. Até porque adoro os teus comentários, nasce-me uma alma nova, se é que me faço entender.
esta aqui uma salada russa...tabem cada um desabafa do que lhe mais convem...ou doi...ou ainda roi...
cadamónhe eu na minha modesta escola nao fazia ditados....desculpa...(convem = com vem)....
Aldeia de Cardiais
Hoje,
Querido filho, esperoquesta carta tencontre bem que nos graças a Deus cá tamos todos bem graças a Deus é TU tas bem mé filho ? Tas bem ? Já gastas-te o dinheiro todo co teu pai te mandou há 3 semanas ? Olha tê pai já bebe menos , tamem já nã temos vinho , tabem já não me bate tanto já vê tao mal coitado que passa a vida a dar porrada da albarda da burra que morreu no ano passado ,alias tenho que o informar disso porque continua a deitar-lhe de comer , e há palha por todo o lado .
Tens estudado muito ? Foi ai o Zéi Strina a Coimbra e disse que te viu com argolas nas orelhas e coisas de ferro na cara . Se andas-tes a ajudar os colega a soldar portões ou alguma carroça , tu usa mascara filhoooo, usa oculosss tu cuida-te. Olha a tua irmã mais velha caiu das escadas , andava á azeitona a ganhar o jornal pro Tzé Manel Xinguilho , doe-lhe as costas e tem a barriga cada vez mais inchada desde co indreita ca vem e se poe nas costas nela tadinha cakilo é com cada grito , mas deve-lhe fazer bem que o que arde cura. Olha a burra já pariu ! mais o burro do teu pai não quer ficar com ele, diz que tu já daz muita despesa . Tu vê la se estudas muito pa chegares a Doutor que nos vendemos o estancal e compramos o chão da Tramiçeira que pega co o nosso palheiro. Com umas limpezas podes ali montar uma farmácia e atender os doentes á noite , se quiseres até podes ficar com as 2 furdas dos porcos que a tua irmã não se importa de ficar com as cabras . Olha filho, andam as pitas nas couves da ti Julia tenho que ir
Assim me despeço
Tua mãe
ó pratitamem já acabaram as férias? ou começaram? não digas ficas-te pasmado com a conversa do bostik...
ó lagariça, xendra e os outros que se estam a baldar...onde é que andais......
Carissimo amigo Marouva
O Problema de muita gente é que quem vem ler os comentários , vem á procura de um missal, ordenado e sem pó. Acontece que neste blog ( espectatular diga-se....aplausosss), os comentários exigem ao leitor e do leitor o conceito de sincronia e diacronia, só assim não se perde no assunto. Não há necessariamente que haver uma continuidade para haver entendimento situacional do acontecimento. A riqueza to facto reside precisamente na variedade e na multiplicidade de cor de assunto que acaba não por se espalhar mas sim por se unir em volta de um tema comum A BEIRA , quem não entende realmente pode toda a vida morar nela mas nunca a encontrar .
Ora aqui está um COMENTADOR comédado. Bostik, tu não ligues a esses bimbos que vêm aqui e não comentam nada do que interessa. Vamos é aproveitar o blog e os assuntos que ele trás que são bem interessantes.
Changoto e Karraio ao abrirem este espaço de lazer com sabor a rosmaninho e fundo sonoro de flosas em canto, abriram oportunidade e espaço para todos os comentários , e penso eu, dentro de uma política de abertura e de tolerância e dentro dos trâmites que o bom senso pede e exige , os utilitários têm obedecido , o povo é sereno. Todo o comentário é útil e bem vindo é bom que assim seja . Algures na net já há quem diga baixinho que os blogs seriam a terra prometida da livre comunicação, do registro de conversações ricas e cíclicas, de uma democracia e cidadania informativas como nunca antes se experimentou. O problema meus caros é que se pode escrever acerca de tudo e de todos e mesmo assim tal continua a não ser informação, mas que importa , não temos pretensões ao Nobel nem em derramamentos de verborreia cultural. Um contributozinho aqui pró Baságueda do amigo Karraio , um comentário basta , nem que seja com um assobio. Visitar não basta , toca a pegar nos canivetes e quando visitar o blog deixe o nome gravado na porta. Apichadores e pirómanos ficam à porta .
Não é que os Mui Doutos comentários do Bostik sejam chatos, de maneira nenhuma!! Mas faço um apelo (sincero, por sinal!), aos Txêndra, Lagariça, Pratitamem, Canislupussignatus (espero q esteja bem escrito!), Lapaxeiro, Xendro para que voltem. Onde é que andandéis?
Ehehehe....
Cuidado!As faltas já são muitas!!!
Eheheheehehe...
Estiveste bem Lapaxeiro!!
Mas tem cuidado,as faltas já são muitas!!
Olha que não !!! olha que não !!
Amigo Raiosmapartam, fui ver se encontrava diluente sintético, não corrosivo, prá super cola três e para as nódoas de vinho e ver se encontro sabão amarelo com cheiro a modéstia, para os colarinhos das camisas brancas. Depois das compras volto. Eu sou aldeão e este blog é o meu CFL.
Um OK pra ti Bostik.
Isto já parece um Chat
Já parece um Chat?
Mas que sabe o Sr anónimo do que é ou pode ser um chat?
Há já alguns anos que juntei os ruídos típicos da cidade á minha noção de silencio, á noite esses sons já fazem parte do meu bem estar e quotidiano, tendo-se essa miscelânea de ruídos tornado no verdadeiro som do meu do silencio. E foi também em silencio que há pouco acabei de ler um livro,.....é estranho, mas há obras que quando acabo de ler, fico com a estranha sensação de ter perdido os amigos que nele viviam e sentir saudades de alguns cenários, um pouco como se tivesse regressado de uma viagem e voltar á realidade com pena de que o livro não tivesse mais paginas para me deliciar com o aroma da sua envolvência . Poder regressar aos climas misteriosos dos seus enredos e da riqueza de sensações e sentimentos. Há livros que nos deixam apaixonados pela lua, andamos dias a pensar neles, procurando rapidamente um substituto. Mais uma vez, ...eram só palavras, mas servidas com toda a elegância e o bom gosto. Palavras de cristal servidas com talheres de prata á mesa do sonho. Palavras com pitadas de ousadia e um “je ne sais quoi” de ternura, apimentadas com um aceitável exagero e servidas junto a uma estrada onde a nossa imaginação adora viajar. Gosto de sentir na mão o receio ou a pressa da pagina seguinte, sensação essa parecida com aquela que nos atiça a curiosidade quando após a nossa pergunta feita no chat, o silencio demorado da resposta nos torna inquietos e nervosos.
Quando no mundo das palavras, temos que aceitar que ninguém converte o seu interlocutor pelo facto de o haver silenciado. Como sinal de gracejo diria também que me há muita gente que perde a calma só pelo facto dos outros manterem a sua.
E assim e só assim o dito chat se torna arte , dizer palavrões é fácil, Ali nascem os mentirosos convictos, os semi- sinceros, os caçadores e engatatões , os tarados , os coleccionadores que acabam coleccionados, os hipócritas, os fazedores de opinião, os novamente solteiros, os nunca casados, os amantes, os atiradiços antes tímidos, os dadores de riso os tímidos e os que ainda não sabem bem o que são . Aqui nascem os poetas que o não sabiam ser, concedendo a muitos o dom da palavra e a poucos o dom de a entender. Magnificamente fecunda, a palavra mexe inexoravelmente com quem a lê, não só pelo seu significado, mas muito pela forma como ela foi dita, vocalizada, pronunciada, gritada, murmurada mimadas e gesticulada. O mímico Marcel Marceau dizia que “com gestos a gente poder expressar tudo de modo a não ser mal entendido. As palavras às vezes são dúbias, mas a pantomina é clara simples, clara e directa”. No entanto, já há tecnologia disponível para colmatar essas faltas,. È o poder da imaginação que nos dá asas e o mistério da escolha aleatória que dá o verdadeiro sabor e gozo em continuar e permanecer neste mundo. Quando encontramos quem nos entenda e partilhe o quotidiano, há um entusiasmo que puxa em continuar o dialogo, agindo como um vulcão cujo cratera não nasce nunca a relva da hesitação.
Estamos permanentemente a escrever o nosso próprio livro, escolhendo as nossas personagens, os nossos cenários e com a dinâmica dos nossos próprios termos incutindo neles os sentimentos que desejamos. Há palavras ditas em murmúrio que nos fazem tremer, sentir calor e frio, provocar a ira ou raiva.
A musica é o melhor suporte para a palavra, gosto de ouvir um Leonard Cohen tirar as suas do fundo da alma, arrastar as palavras com um tom deprimente que nos obriga a mergulhar nas mesmas águas. A musica encurta a distância emocional entre as pessoas, temos tendência em nos dar e encaixar melhor com quem ouve as mesmas que nós imprimindo ás palavras. Todos temos uma musica nossa que escolhemos pela magia da recordação que tem, Freud explica ! . Agora dizer que isto é um chat?
o anônimo queria dizer chato.....
Bostik, tu estás a revelar-te. Os teus contributos são interessantes. Continua que eu gosto de ler. Também concordo que isto não é um chat, é mais um fórum. O meu contributo:
acho bem que se tenham acabado com os foguetes nas festas, primeiro poer causa dos incêndios e segundo porque aquilo era mesmo estourar dinheiro no ar. O Karraio diz que serviam para anunciar a festa. Não sei se era assim ou não, mas se era , já não vale a pena, os cartazes substituiram os foguetes. E como também "já não há festas como antigamente", os fogutes se calhar estão a mais. O pessoal quer é cerveja fresca e frango assado.
Grande festa pessoal !!!
Karraio manda maisssss
changoto manda mais
o da cola tb
xendro e pratitamem atirem outras ....
Detesto fazer repetições de conversa da treta, ou seja, não gosto dos girasóis, que tem ali m+ais uma letyra, asaim como quem brinca com sewntimentos, coisa a que o brincâlhao tira o chapeu. Lá est+a eu sou assim tu é que sabes, dar a volta, espero nunca me sentir só, twenho poucos anos de indio, depois já não aceito nem com dinheiro, espero não ter que te prender antes. Não goosato nem de anóinomoid, e é s+o isso.
Já me pasou, era a forma dos indios, junto ao novo méxico resistindo ao avanço dops conquistadores, de aguentar ssempre, o momento de descobrir, quais de nós é que fomos os anóni mos responsáveis! Detesto, tirei o w, "soua" a culpa, eu sou 100% CULP+ADO, 100% PARVO, 100% ESTUPIDO. sERÁ QUE OS eu existem será que somos tontos, demasiado tontos? algem uu, falou por mim ao contrário, e "desfez" para sempre o meu sonho, a minha vida é finalmente revelada a alguns, ou seja as minhas m+aguas, mas eu não existo. Não fiquem ai, todos temos uma terceira oportunidade, eu conheço bem a CP, da tropa e a seguir; apanhava no Entrocamento. Não é certo mas é razoavel considerar, mesmo sem acento, já cá faltava; que o comboio se possa cruzar, ou passar mais que uma vez na mesma linha á mesma hora. Não me parece, e fiquei assim pode ser se não se importam. ( Ando aqui a arranjar um esquema, não, nada disso isso é assunto meu, é um esquema, com uma gaja que é minha amiga, a ver se isto vai onde eu queria e não só como eu quero onde chega. Nunca fiquem absolutamente sós, há sempre digo eu, uma amiga do coração com que se pode contar! Tudo tem a ver com horários, nomeadamente, com os da CP. Ou os nossos.
Eu sei que fui pouco solidário, mas at´e escrevi assim um texto e tudo. Com espaço e váidade, devo dizer-vos com infen, que vós, sois comilões, Monstros das Boláchas, gostáis, de ser de cá, e adoraIS, ser assim, pois sois menos pretencisos, logo menos pertÊnciosos, menos Politicos ou politicamente mais puros portanto, quem me dera, mas sabeis que a politica existe, é "mintirosamenmte" o nosso mal menor; não podemos ser, mas somos, passivos, nunca se pode ser passivo na politica, o mundo não pára a nossa espera, e nós envelhecemos e o mundo não pára. Logo sinto-me obrigado, por convicção pessoal a obrigar os Senhores do acordo LusoBrasileiro, a considerar o Bué, acordo á priori, acordo entre Vitor, de quem eu gosto, e manif. do mesmo, é roer a corda, dizer eu no cù nunca, ou Chamo-me Mário Soares e é quando eu quizer!
Peço ou poço, "resula" sempre, sempre, num resulktado, parecido, algo entre o talves e o vamos ver, ou o vou ver e telves se consigua, ou não sei vamos ver, talkvez diga lá, "dimague" ou "faleme", ou aINDA, ONDE É QUE que ´
e é onde é que ele quer ir! coméço a fcar sem me lembrar do CP e de mim, Depois lembro-me que fui cobarde e não pensei só no pais, mas tambem, não só em mim, consegui evitar alguem levar alguem á fronteira ali á fronteira sem eu ver.
Só para perfazer o 50º.
BostiK e Lapaxeiro eram uma unica e a mesma pessoa ...
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