No mercado, ainda se ouve pedir o preço das coisas perguntando “é a como?”.
De onde vem este “como”?
Miguel Esteves Cardoso
Público, 17/11/2021
No mercado, ainda se ouve pedir o preço das coisas perguntando “é a como?”.
De onde vem este “como”?
Miguel Esteves Cardoso
Público, 17/11/2021
Um dos artigos nela publicados tem por título "A NOSSA FALADURA".
Aí fica, para quem o quiser ler.
A NOSSA FALADURA
ANSELMO
CUNHA
VITOR
TOSCANO
A
nascente do artigo que ora se apresenta está no blogue “Baságueda”[1] o qual
alberga as lucubrações vertidas por dois curiosos que partilhavam, para além do
legado cromossómico[2],
o interesse por matérias como a do falar local e regional[3].
O sucesso do homo sapiens e a sua prevalecente superioridade sobre todas as outras espécies na Terra (incluindo os demais humanoides) é fundamentada em várias teses. Uma delas aponta para o avantajado tamanho do nosso cérebro relativamente a todas as espécies, o que terá facilitado a expansão das redes neuronais; outra, avança para essa singularidade humana de nos deslocarmos erectos sustentados apenas nos 2 membros inferiores, que nos aumentou a amplitude da visão e permitiu libertar os braços para manusear ferramentas; o domínio do fogo também é uma exclusividade do ser humano, tão útil ao sapiens para se aquecer como para afugentar predadores; todavia, o factor que mais terá contribuído para alcandorar o homo sapiens ao ser mais poderoso da terra foi, assevera Harari (2017), essa habilidade de comunicar através da linguagem, expressão máxima da “revolução cognitiva”. Por um processo evolutivo ainda não explicado, o homo sapiens desenvolveu uma forma de comunicação única, cuja versatilidade tanto lhe permitia partilhar com os seus pares detalhadamente um perigo eminente, como construir aquilo que Harari chama de “realidades imaginadas”, pilar central da cooperação humana em larga escala. Terá sido essa capacidade de organização e cooperação colectiva potenciada pela linguagem, que nos ajudou a dominar tudo e todos nesta nossa Terra.
Ao
longo dos seus 300 mil anos de existência, o homo sapiens demonstrou uma
capacidade criativa avassaladora na construção de sistemas linguísticos. Na
actualidade, o número de línguas faladas em todo o mundo ultrapassa as 7000[4]. Deverão
acrescer, aqui, os desvios às normas-padrão como os dialectos, falares e
sotaques que se desenvolveram no seio de cada uma dessas línguas, veículos
privilegiados para a construção e preservação das identidades culturais.
Considerando
os planos linguístico propriamente dito, e o extra-linguístico, a expressão da
diversidade linguística e dialectical observa-se, no primeiro, nos diversos
níveis, lexical, fonético, fonológico, morfológico, ou o sintáctico. No plano
extra-linguístico, emergem os factores geográficos, históricos, sociais ou
culturais.
A
abordagem que aqui se faz não tem a pretensão de alinhavar qualquer intromissão
mais pormenorizada nos campos da Fonética ou da Etimologia, ou mesmo de outra
disciplina da Linguística. Tão pouco se almeja a explicação extra-linguística
das unidades lexicais recolhidas.
No
Baságueda, optou-se por trabalhar os vocábulos de léxico regional debaixo de
uma rubrica denominada “A nossa faladura”, privilegiando o contexto da sua
utilização, sem preocupações de deslindar os seus elementos semânticos ou
morfológicos. Enquadrados num costume ou tradição, num episódio ou numa
história (quase sempre com fundo de verdade), nos quais se envolviam
personagens locais (quase sempre reais), intentava-se que o leitor apercebesse
o significado (ou significados) desses vocábulos nos contextos em que os
populares falantes a eles recorriam. Na sua esmagadora maioria, eles são
utilizados sobretudo no quotidiano de uma aldeia inserida no mundo rural,
presumivelmente não reconhecidos em ambiente urbano e mesmo em outras regiões
rurais do país.
No total, foram listadas 506 unidades lexicais, as quais, numa classificação simplista, e depois de consulta ao dicionário[5], foram agrupadas de acordo com a seguinte tipologia:
1. Consta no dicionário e com o mesmo significado.
Na
primeira categoria foram identificados 183 vocábulos, e inclui: alboroque,
aldeagar, barranhão, barroca, cantareira, carapeto, desavezar, dízima, escádea,
esterco, fona, furda, luzir, padiola, poldras, sovina, trempes, etc.
Na
segunda categoria foram identificados 40 vocábulos, servindo como exemplo:
bispo, burra, canalha, galula, muda, russa, tropa, vivo, etc.
A
terceira conta com 113 vocábulos, como: abringer/abranger, aidro/adro, inchinho/ancinho,
buêr/beber, damonho/demónio, mongal/mangual, taborna/tiborna, etc.
A
quarta inclui 29 expressões ou junções, tais como: catanos m’a (t)chapem, mesa
d’engonço, morcela da banca, etc.
Na
quinta categoria foram classificados todos os vocábulos que não foram
encontrados no dicionário, num total de 141.
Neste
artigo, apresentam-se apenas as unidades lexicais nesta última categoria. Como
referido acima, na esteira da metodologia adoptada nos textos originais, também
aqui se opta, na esmagadora maioria dos casos, por, em vez de fornecer os seus
significados à laia de glossário, apresentar extractos selecionados desses
textos, pretendendo que a partir deles se apreenda o seu significado.
FALADURAS
abequilha / aboquilho |
O Talha burricos atalhava: "onde vais com tanta
pressa...? espera aí um pouco", e para a ti Strudes: "Eh mocita,
arranja aí um aboquilho e leva-nos à loja". Não tardava lá vinha
o belo casqueiro embrulhado em bragal de primeira em cesto de vime e uma
bandeja com uma tora de presunto, uma malga de azeitona retalhada, um queijo
cabreiro num prato de esmalte (...) |
abobrinho |
Se virdes um abobrinho espetai-lhe um pau,
que no seu olho está o cornudo, rabudo, de forquilha na mão. |
acadeja |
Época ou acção de acadejar |
acadejar |
Quando a semente proveniente das eiras era lançada
para os arcazes, era a acadeja. Se te pediam para abrangeres um
objecto distante, tipo: "acadeja-me aí o foição!", era ainda
a acadeja. Se te pediam para esconderes o sacho no segundo rego da
leira do feijão verde era: "Não te esqueças de acadejar o sacho
no rego." |
acarujar / acarujér |
Nas manhãs de Março, já meio quentes, por vezes acarujava,
o que era um transtorno para Mné Chquim que tinha que levar o explicando Quim
para sua casa e, como não podia abrir a janela por causa do acarujo,
que molhava, mais que o sobrado, o caderno de cópia de Quim, o martelão,
martelão, martelão, ficava confinado às paredes da casa. |
aferranhar / aferranhado |
Duma vez me lembro eu que o burrico do João Rela,
apesar de preso à ferradura do Ti Zé Julho, enquanto a ti Isabel fazia a
troca da semente pela farinha, mandou dois escritos, atirou com as angarelas
ao ar, arreganhou os lábios, aferranhou os dentes e atacou a impecável
burra de Borges, mostrando toda a sua membral pujança. |
alacrário |
Uma vez confundi (era eu garoto) a mordedura de uma
formiga cavalal com a ferroada de um alacrário e pus toda a gente à
minha procura entre o verde das canas. |
alcaduque |
A Lameira não foi como agora está. Com início no
chão do ti Zé Latas, havia um alcaduque (espécie de alvanel coberto,
formando um túnel) que a canalha atravessava de gatas à luz de bocados de
borracha ateada numa pinha. |
amelancar / amelancado |
O Tonho amelancou a almotolia que ficou a
verter no fundo. Foi-se ao Pantelhão e pediu-lhe: "ó zéi, bota-me lá
aqui um pingo no fundo da armetria e desamelanca-ma lá! |
anecril |
Alecrim |
arancum |
Hoje à noite vens aqui às guardas da ponte e apanhas
uma mão cheia de arancuns pra dentro duma caixa de palitos e quando
chegares à sorte da Saramaga, vais ao pé da vossa burra e caças umas quantas
pulgas e mete-as também na caixa dos palitos, mas no deixes fugir os arancuns. |
arrondear |
Eh! Rosa, atão tu precisas de trocos? Ê trago-te
aqui vinte mil réis destrocadinhos para ficares mai arrondeada. |
artempencha / artimpentcha |
Rosa Espeta Figos, de telemóvel na mão, sai-se com
esta: "rais parta esta artimpencha que num intendo nada disto.
Num incontro aqui o nome da mnha Celestre. |
atalamocado / atalamoquédo |
Não há povoação onde não haja um atalamocado.
Normalmente vítima da mangação popular o atalamouquédo é normalmente
brando de costumes. |
azenagre |
Ligeiramente desnivelado, estava o patamar das
seiras donde o oiro de oliva escorria para a tarefa - talha de barro embutida
na rocha - com torneira de escape para aliviar o azenagre que ia
directamente para o inferno - poço onde era retida a água ruça - antes de ser
descarregado para a ribeira que corria contígua. |
azorrar |
Zé Melgo e Tonho Feduchas viam-no passar todas as
tardes e lá comentavam: "ó Zéi, ali o velho agora casadinho de novo
ainda azorra mais as botas; a velha dá cabo dele." |
barronda |
Eh! Nazaréi! nem penses ir a vender a porca hoje ao
mercado. À uma já vais tarde, e à outra ela está barronda. Ninguém t'a
quer assim. |
barruma |
Se havia cozinheira de boda afamada em toda a Raia,
a Ti Maria Rainha levava a palma. Mulher cheia, de barruma na testa,
braços mais que compridos, mãos lhanas e enormes, sapato para aí nº 40, tudo
para mais, voz tonitroante, andar calmo, mas constante. |
batorel / baturel |
Ao lado da porta estava um baturel cuja
utilidade alternava entre a facilitação para carga e descarga da burra que
andava sempre com as angarelas ou para
servir de trampolim para a ti Esperança se montar, de lado, como pertencia às
mulheres, já que a saia não lhes permitia que se escarrapachassem no dorso da
albarda. |
bazaroco |
Sandens mesmo uns bazarocos, já
arrebentásteis a tripa em cinco lados. Eu tinha vergonha...E tu oh nalga
roxa, num vês que isso que estás a separar é a madre?! Isso num presta para
levar enchido! És mesmo um bazaroco! |
benicra / bonicra/ bunicra |
Não se falavam e Rosa dizia que Albertina ia atrás
da burra que "era por mor de apanhar com as bunicras nas
ventas", enquanto Albertina se defendia a dizer que ela puxava o burro
pela rédea "p'ra ver o seu próprio retrato, quando olhava para
trás". Facto era que a burra de Albertina já era entradota na idade e
quando ia carregada com as angarelas cheias de esterco para a sorte da
Ribeira, a subir o cabeço do Feijão tinha tendência para se abrir de forma
altamente sonora, mandando fedorentas bonicras que cheiravam a 50
metros. |
bimbigo |
Porque ambos são mamíferos e pertencem à mesma
espécie, homem e mulher apenas se parecem neste ponto: no bimbigo. |
boeira |
Burros, machos, vacas e vitelos, rebanhos inteiros,
tudo negociavam e pagavam a pronto: sacavam da boieira e de lá
retiravam as notas. |
buchanha / butchanha / buchana / ptchana |
À noite, por este tempo, luminho aceso, panelinha de
ferro suspensa das cadeias, lenha concentrada que era preciso poupar,
coziam-se umas espigas de couve com uma buchanha, uma farinheira ou
uma daquelas deliciosas morcelas batateiras. |
cabanir |
O Parretcho agarrava em tudo a que deitava mão para
atirar ao Espanta Mulas que se pôs a cabanir e nem pensou no que
estava a fazer quando, à falta de mais pedras e torrões, arrancou 2 figos de
palma da figueira do inferno que havia junto ao barroco do Chornico e os
lançou na direcção do gatuno. |
cacharro / catcharro |
Mnel Belorico era conhecido por engenheiro. Mestre
pedreiro por profissão era mais amigo de uns cacharros bem bebidos do
que de aparelhar pedra. |
caçulho / carçulo |
Maria sai-se então com esta: "Num te posso
mandar as couves porque inda estão verdes como um caçulho". |
cadamonho |
Que diabo? Que demónio? |
cadamontre |
O mesmo que cadamonho. |
cafones |
Pioneira nesta modalidade arcaica de cooperação
transfronteiriça por via do contrabando era a MariPortas. Sim, uma mulher,
dir-se-ia mesmo, uma mulherona. Em portunhol precisar-se-ia: uma mulher de CAFONES. |
calípio / calipo |
Eucalipto |
campanito |
Foi aí que recordámos, eu e o Domingos, aquelas
aventuras de garotos quando os dois, por detrás do cemitério apanhávamos campanitos
e com navalha afiada os limpávamos e construíamos bardos e cancelas, fazíamos
cravelhas e tirós para carros de bois em miniatura; mais que as imagens de
anjos e Reis magos, pastores, ovelhas, montes e lagos de papel de prata de
chocolate, mais que tudo, o importante era que vissem os nossos bardos e
pequenas estruturas de campanito que estrategicamente colocávamos no
presépio, que era de todos, mas muito mais nosso... |
canabarro |
Entretanto, Nosso Mnel chega ao Cartola ainda a
rir-se do desaire de Verniz e dispara: Oh Cartola abrange-me aí um canabarro
de branco traçado a ver se paro de me rir por causa do Verniz. |
cancelão |
Portão, em estrutura tosca habitualmente em madeira,
à entrada da exploração agrícola. |
canchal /cantchal |
De todos, porém, o mais famoso canchal é o
penhasco de Monsanto. |
caramouço / escaramouço |
A massa era transportada do pio para as seiras
mediante o uso de grandes gamelas que muitas vezes ajudei a transportar e que
iam sempre de caramouço. |
carchanola / cartchanola |
O mesmo que castanhola. |
carchantada / cartchantada |
Entrámos pela arada adentro (aquele carro era um
arrasa montanhas) e, não tardou, já tínhamos uma lebre e dois coelhos, mortos
à cartchantada. |
cardomo |
Bem longe do cardomo que se apresentava na
rua em cada poça ou lapacheiro com a água bem caramelizada, vidrada, cardomada. |
carricho / carritcho |
A lei do menor esforço volta a imperar: vejam só o
que o povo aglutinou a partir de pequerrucho: carritcho. |
carvalhoto |
Carvalho jovem. |
ceote |
As malhadeiras que depois apareceram aliviaram um
tanto esta azáfama das malhas que começavam com a desejua, às cinco - figos
secos e aguardente desmanchada com água e açúcar - a que se seguia a côdea,
por volta das oito, o almoço às dez, o jantar ao meio dia, a merenda pelas
três e meia, a ceia às sete e o ceote, à despedida, pelas nove. |
changoto / tchangoto |
Mas afinal o que eu queria aqui trazer era razão do tchangoto,
que é assim uma espécie de pau mal asado que normalmente "cai nos
cornos" de quem não nos é benquisto. |
charrinca / tcharrinca |
A ver se não charrinca quando for preciso
pensar na vida a sério. E já faltou mais! Há que preparar. Senão depois,
enferrujados como estamos, charrincamos por todo o lado e não damos
carreira direita. |
charronco / tcharronco |
Chinchas Figurão que acumulou logo a alcunha de
tcharronco por causa do estrilho que fazia. Era verdade: onde ele estava,
mais ninguém falava. |
chascar / tchascar |
Os recos fugiam à deriva e a porca tchascava
(batia os dentes, assim à maneira das cegonhas quando vêem o parceiro a
chegar com alimento para o ninho). |
chó |
Bem que gritavam um e outro, "chó burro,
chóche burra, chó burro, chóche burra.” Nada! |
chóche |
O mesmo que chó. |
codecido |
Mais usado nem é o substantivo - codícia -
mas o adjectivo - codicioso - e, mais grave ainda, este adjectivo
aplica-se na linguagem tauromáquica e refere-se ao touro que busca tenazmente
atingir o cavaleiro ou o matador durante a lide. |
codeço |
Tudo andava cultivado. Não havia baldios e os matos
eram segados, que os fornos e os lares bem os catavam. Agora há codeços,
giestas, estevas, tojo, rosmanos, pinhais cheios de caruma, mato e panojo por
todo o lado... |
cogolho |
Chquim Gónito começou a ver as alfaces a murchar e
estranhou o facto porque a terra estava sempre bem regada. Desconfiou de
lagarta ou ralo, mas a mulher, um dia, ao enregueirar repara que as alfaces
não tinham cogolho... As folhas de fora largas e no meio, nada... |
cômaro |
Um dia, no tempo da lavra, o garoto foi posto à
frente da burranca para a conduzir a direito. Como era de esperar, o
Arturinho fazia de propósito para andar aos ziguezagues, na esperança de que
o pai se zangasse e o mandasse embora para a brincadeira no povo. A dada
altura, ia ele rente ao cômaro com o terreno do Batorelhas (...) |
corigo (figo) / curiga (figueira) |
Variedade de figo. |
corrichas / corritchas |
Ah tempo! como diria o velho Comandante às corrichas
de quem me passeei muitas vezes... |
côtche |
Interjeição de rejeição. |
cruito |
O cruito é a parte mais elevada de qualquer
objecto: o cruito do monte, do eucalipto, da cabeça, etc.. |
cúnfia |
Ernesto era de poucas falas, cão de vila, vaidoso
quanto bastasse, dava pouca cúnfia, mas naquele dia (…) |
dabanão / dembanão / indembanão |
Foi com ela que naquele dia me deixou clara a
evolução até ao dembanão e até ao dabanão. Ora vejamos: Tecla
dizia que "indembanão uma pessoa estava viva e, logo, estava
morta". Aquilo que parece ser dabanão, mais não é que a
aglutinação de "ainda bem não". Daqui derivou para indembanão,
depressa para dembanão e de caminho para dabanão. |
desamelancar |
Correcção do que está amelancado. |
desladroar |
O certo é que ninguém falava de glifosato e afins:
caldeava-se com bordalesa, mondava-se à mão, picava-se e sachava-se,
escavachava-se, esborralhava-se, desmamava-se ou desladroava-se. |
emaçarocado |
(…) cabelo farto e forte, emaçarocado por
falta de lavagem conveniente(…) |
embisgar / embesguér |
Chispava uma pinha com um embisgar do olho
direito e o lume acendia-se não sendo preciso meter lenha, já que bastava ela
mostrar vontade e o gravato saltava para a fogueira. |
emoucar |
As figueiras secavam e os figos emoucavam. |
encarrapato / incarrapato |
O mesmo que encouro / incouro. |
encorranchar / incorrantchar |
Certo, certo é que a memória não encurrancha (…) traz-mos
cá (os sapatos) que eu dou-lhe uma cera de burnir à mistura com cera de
abelha e sebo de cabrito velho. Ficam como novos e não encorrantcham. |
encorrer / incorrer |
Ele é que não esteve pelos ajustes: "Desaparece-me
da vista senão apicho-te aqui o fadista que t’incorre até
Medelim. " |
encouro / incouro |
Vista de cima, a debandada aparentemente caótica de
meia dúzia de garotos a correr encouros no meio do restolho, era cena
para marcar o filme tuga que se fizesse sobre o “Verão de 69”. É que às vezes
não havia tempo de agarrar todas as peças de roupa… |
encrir / incrir (cordas de) |
Cordas de encrir - serviam para segurar a
carga ajustada à albarda do burro e que tinham uma forma própria de se
colocarem, por forma a permitir que as duas sacas ficassem uma de cada lado e
até pudessem sustentar mais uma ou até duas de sobrecarga, em média media
cinco braças (ou braçadas), cerca de metro e meio cada uma. |
endireituras / indrêturas (ás) |
A mula Andorinha estava ensinada e não precisava de
muitas instruções para se meter direito à quelha funda, às endireituras
da fonte Carvalho, subida ao talefe do salgueirinho, passagem pela capela do
Meimão, às endireituras do castanheiro das merendas e depois era
sempre a descer até ao Sabugal. |
engarranchar / ingarranchar |
No tempo da azeitona, dizia o Brigadeiro que era
capaz de subir ao cruito das oliveiras, foito, assim mesmo comédado, porque
nenhum galho ou parnada de oliva se engarranchava naquela roupa e
assim não havia empecilho que estorvasse a subida até ao último degrau da
escada. |
enregueirar / inregueirar |
O burro não comia fora do pasto e nunca roeu nada
para além dos cômaros das propriedades de Zé Luís; sabia de cor os caminhos
dos terrenos, bastando, tão só, que o enregueirassem. |
esbarroteirada |
Para tal, tinham que ficar todas de alto
(es)caramouço. Muitas vezes, quando a massa era mais esbarroteirada era necessário um prodígio de equilíbrio,
conseguido através de quatro estacas que se interpunham entre as seiras de
forma a que o prumo não sofresse alteração significativa, já que, quando do
aperto pelo peso das varas, podia esbarrondar para um dos lados e lá se ia
tudo perdido. |
escadabulhar |
Vai daí pus-me a escadabulhar que temática
vos traria hoje; entretei-vos e senão entenderdes tudo logo à primeira, escadabulhai
até vos aparecer a luz de Mercúrio (Hermes). |
escadéu |
Alguns desses poleiros serviam para outras funções
quando a porta e o escadéu que lhes dava acesso o permitiam. |
escarapuçar / escarapuçédo |
Palavra que derivou de carapuça, não por via
gramatical, mas por via imagética (…) escarapuçar dizia-se
essencialmente da situação em que a baraça com que se enrolava um pião. Escarapuçado
se dizia ainda, quando, garotos imberbes e de experiência curta, nos era
pedido para ogarmos um bom molho de colmo e nos era dado um nagalho... Quem
não soubesse como pegar na palha, era certo e sabido que o molho se escarapuçava
e era alvo de mangação. |
escarrafoucédo / escarrafucédo |
Já de si aquele cabelo era desalinhado e depois
cortado com a tesoura da costura com a ajuda de uma malga para ficar
arredondado, dava aos Chamiços, de face encarnada, um aspecto escarrafoucédo. |
esconça / esconso |
Lembro-me de me sentar num tropesso de cortiça,
perto do lume, junto a uma mesa esconça, coberta por uma toalha de
estopa, bordada à mão, e mais encardida que tapete de seira à entrada de
lagar de varas. |
escoreiro / escoureiro / escórêro |
Tanto servia e serve para guardar as azeitonas de
conserva, desde que não sejam muitas, pois aí usa-se a talha, como, e
principalmente, para conservar o enchido (chouriços/as, morcelas, buchanhas).
Acabei por concluir que esta pronúncia meio esquisita era uma adaptação
sonora do significante açucareiro. |
esfronhador |
Vassoura feita com ramos e folhas da gilbardeira,
utilizada sobretudo para esfronhar o interior das chaminés. |
esfronhar |
Ver esfronhador. |
esgarnar |
Por isso, nada de assomar a poços, que satã pode
empurrar-nos, nada de aventuras tontas como subir a árvores, que se pode esgarnar
a parnada. |
esgravuna |
Em suma o ser humano é como um pião esgravuna.
Nunca se sabe para que lado vai na roda, depois de ser lançado da baraça. |
espanholitos |
Era nestes momentos, sobretudo nas noites de
invernia, todos juntos ao lume, olhando o crepitar da chama, sempre regrada
que a lenha não caía do céu como a chuva, e acompanhando os espanholitos
(faúlhas) na sua agonia até se transformarem em fonas. |
espapada |
Beneficia exactamente da lei do menor esforço: espapada
é uma deturpação fonética de sopapada. Experimentai vós mesmos a dizer cada
uma das palavras e depressa notareis que espapada é muito mais fácil e até
bonito de dizer do que sopapada. |
esparnica / espernica |
Se repararmos, a distância entre espernear e espernicar
não é assim tanta: num agitam-se as pernas, noutro abana-se o bico! |
estabardo |
Mosca varejeira. |
estralibeta |
O mesmo que estrelido. Qualquer destes termos
se usam de forma indiferenciada, apenas tendo como referente canalha ou
pré-púberes. Nunca para adultos. |
estrelido |
O mesmo que estralibeta. |
fanôco |
O cachopo nem precisava de se calçar porque botas
ainda não tivera e, ainda de olhos fechados, mecânicamente, metia as mãos na
pia que estava à porta do palheiro - de inverno aquilo era caramelo -, tirava
fanôcos de remela e ia sentar-se ao pé do lume num tropesso de
cortiça. |
fecá / f'cá |
Arranca Nazaré abanando o caldeirinho para meter
barulho com o milho e com as bolotas: Fcá!,Fcá! Fcá! . E Julho:"
rais a palissem, anda lá bonita, anda nalguda! e a porca:
"Ronron,ronronronron", bem, uma orquestra afinada. Fcá,fcá,fcá,
nalgudanalgudanalguda, ronc,ronc ronc: experimentai fazer tudo ao mesmo tempo
e vereis a beleza da orquestração. |
flagato |
O mesmo que plagato. |
fonisca / funisca |
Foi-se conversando da vida e de aventuras dispersas,
desde a picadela dum alacrário até uma fo(u)nisca que se desencaminhou
para o forro do Furdas e ia pegando fogo à casa. |
gacho / gatcho |
Tão linear quanto injustificável: um gatcho é
uma uva, ou, se preferirmos um cacho. |
gadapunho |
Mão |
galhana / lhana |
Três eram as mulheres de pata galhana na
terra xêndrica: Pieres, Nacha e Lorpa (…) Se as três calhassem a pisar um
alfobre, não nasceria uma única couve… |
galisto |
Dá-se o nome de galisto a um animal de
qualquer espécie que nasce com uma anomalia congénita, impossível de
corrigir. |
ingrumêncio |
Não era raro que a Surreição da barreira viesse até
à porta da loja do correio mais para ver o que passava do que para ajudar a
montar a carga à cabeça da ti Isabel ou nas angarelas do burro. Eu ajudei-a
muitas vezes e ti Surreição: "o ingrumêncio do fedelho tem
genica; tem ganas, o embalde". |
javarino |
Voltemos ao Márinho, um autêntico javarino
que só tinha más ideias. Entre outras judiarias, era ele o autor -
recentemente revelado - da cena do cão a ganir e com um corgalho de latas
presas ao rabo que de quando em vez aparecia no adro à saída da eucaristia
dominical. |
lambino / lembino / limbino |
Quando o Verão apertava, Garriça, pela calada da
noite, punha o burrico à carroça onde já tinha dois bidões e rapava a água ao
Barata. Era muito lambina. |
lambugueirice |
Não havia xendro que mais usufruísse da lambugueirice
do que estes dois comparsas do cigarrinho matinal. |
lapacheiro / lapatchêro |
Poça de água no meio do caminho. |
malagoto |
Pêssego - do castelhano melocoton. |
mandongo / mandonguice |
Os marmanjos que o nosso bom povo apelida de mandongos
são assim como que um cozido destas figuras: batem e fogem. Mamam até que
haja leite, escondem-se e riem-se. |
maranhão (figo) |
Variedade de figo. |
marigada |
Romã. |
matrafusca |
Aranhiço percebeu logo a matrafusca e
responde: "O meu chapéu está aqui na cabeça... Eu não perdi nenhum
chapéu." |
melareja / meloreja |
Nosso Fernando vai-se até ao lume e aguarda que a
fritada da melareja vá para a mesa, roendo umas azeitonas retalhadas.
Se nas outras matanças a refeição era uma festa, ali apenas se comia a meloreja,
um prato de sopa de couve, mal acondutéda, fígado e seventre, bebia-se vinho
por copos que mais pareciam dedais, lá aparecia uma cunca de queijo e
"ala milhano" que se faz tarde!. |
missegra/ missagra / misságora |
Dobradiça, gonzo. |
moinice |
Mné Gaguela era cunhado de TonhoZéi. Rivalizavam
entre si a ver qual fazia menos. A velha Menas, mãe de Mné e sogra de Tonho é
que se desunhava na acadeja da lenha e, mesmo já velhinha, ainda ia para os
quintos para dar de "mamar" a estes dois. |
mostezinho / mostozinho |
Aplicava-se este termo quando uma besta, vaca,
burro, cavalo ou mulo/mula, eram mansinhos. Dizia-se mesmo: é manso como a
terra. |
nhonhas |
Era famoso na enxertia, mas passava o dia a
queixar-se das costas e se o cobridor - sabeis vós o que é um cobridor? - que
normalmente era quem o contratava, não o fosse acelerando ele era o que se
podia chamar um verdadeiro nhonhas. Era artista no queixume. A ideia,
está bem de ver, era fazer render o serviço. |
ógar / ógado |
Este termo é deturpado na zona do Pinhal e vem duma
espécie de onomatopeia de AGUAR. O povo pouco diz aguar e diz mais AUGAR.
Daqui até OGAR é um passo. Noutras localidades é utilizado para significar
REGAR, verter água sobre as novidades evitando assim que a geada as queime.
Não é esse o valor da palavra para os xendros: vais à vinha dos pinheiros e
ceifas a erva que lá há; começas por baixo das oliveiras; oga-me bem
os molhos não se escarapucem quando os for carregar. Faz o nagalho curto. Aí
quatro braçadas por ogadela chegam." |
ôia |
Interjeição de espanto. |
pandrica / pindrica / pindrico |
Fernando vai-se à mesa, corta um naco de queijo
fresco, arrefinfa-lhe um branquinho e apenas limpa o focinho na chamusca, faz
o cu e o pindrico se for macho, abre os nervos para o chambaril e
torna a esperar que pendurem o porco para se dedicar a abri-lo. |
panojo |
Labareda em pasto de panojo no fim do Verão
(…) Agora há codeços, giestas, estevas, tojo, rosmanos, pinhais cheios de
caruma, mato e panojo por todo o lado. |
parriba |
Para cima. |
pexixoto (figo) |
Variedade de figo. |
plagato |
A subida começava num rochedo e os copos associados
ao desnível contribuíram para que Poças apanhasse um valente plagato e
o armonho rolou pedra abaixo. |
plangana |
Os dois comeram a lebre, os dois coelhos, um
barranhão de tomates e uma plangana de batatas cozidas. Sozinhos. |
postela |
Saem sempre incólumes e nem uma postela fica
para recordar a cicatriz da aldrabice que ontem espetaram ao povo, que,
néscio, continua a crer que desta é que é e este é que vai ser. |
pucheiro / putchêro |
Esfregou a panela de ferro, as trempes, o pucheiro
e o caldeiro da vianda com palha de aço, varreu cuidadosamente a cinza da
pieira. |
quentor |
Era sempre preciso pôr uma entretela das grossas
entre o ferro e a peça a passar senão deixava em fanicos ou com um lustro que
mais parecia o cabelo de lagareiro por alturas do natal: até alumiava! Quando
não havia água à mão uma cuspidela indicava o quentor do ferro. |
redolha / rodolha |
Ritinha Penedo era mesmo o que se podia chamar de redolha:
pequenina mas bem feita com tudo no sítio, proporcional ao tamanho. A única
coisa que tinha desmesurada era a língua. |
repelindo / repelinte |
Tonho Jaja Nova passava a semana repelindo
que chegasse o dia para poder estar junto da amada. |
salamanca |
A salamanca é a nossa salamandra, esse
anfíbio lento até porque não precisa de ser rápido já que as suas manchas
amarelas são sinalética para o resto da bicharada. |
sarafana |
A alternativa é só uma: tirar toda a roupa até que
se encontre a maldita da sarafana ou pragana se vos dá mais jeito, ou seta
como também lhe chamam. |
saransum / zaranzum |
Deixa-te aí estar sentadinho que o teu avô passou
pelo curral a deitar a viandita ao bácoro e já te traz a prenda"; o
garoto: "vomecê sabe o que é?" "é um zaranzum atado
numa guita; zune como a puta que o pariu; zune mai ca um enxame de
abril!" |
sarapoto |
Tchinchas Figurão que não estava treinado a atirar
em movimento errou os dois tiros. Levou rodas de sarapoto, azelha,
ceguinho e afins; Alma de Sino auto vangloriava-se: sois todos uns sarapotos;
se num fosse cá o Mnel comíeis mas era pão com molho. |
taloca |
Pequeno buraco; "taloca do dente". |
taloubena |
A luz era a do lume. "Traz a francela",
dizia o velho. "É preciso dizer-te todas as manhãs a mesma coisa:
levantas-te, lavas-te, agarras o caldeiro, ordenhas as cabras, pões a
francela a jeito, buscas o achincho, chegas o sal, pões mais colmo na tábua e
só depois é que te sentas. Pareces um Taloubena." |
tanoco |
À hora de almoço lá saíam das bandoleiras o corno
com as azeitonas, o tanoco de pão centeio ou de mistura, uma tora de
toucinho e uma cunca de queijo. |
tcheberra |
Chiba, cabrita jovem. |
tó |
O mesmo que fecá (porco). |
torgalho |
Sabe tralha, o garoto, é mesmo um torgalho,
tem graça! |
tramonco |
Estávamos nós nesta aula de perfeccionismo
linguístico quando pai e filho Camião passam em frente da loja de Vinagre:
"Olha, ali vão dois tramoncos!" Chquim ouviu e vira-se:
"Tramonco era teu pai quando te fez as orelhas". |
trampasso |
Chorelas apanhava grandes trampassos devido à
sola escorregadia dos sapatos. |
trapola / trepola |
Iam para as portelas a cortar as trepolas das
oliveiras. |
travisco / travisca |
Albertina acabava quando já toda a gente ia na
oração seguinte, Rosa estava completamente desdentada, Albertina cortava um travisco
à dentada, Rosa teve um filho, Albertina uma filha, Rosa tinha um burro,
Albertina uma burra, Rosa puxava-o sempre pela rédea, Milhana ia sempre
atrás, às vezes com um baraço preso à rabiça da albarda para acompanhar a
besta. |
veredo |
A Rouca tratava dos cardos como se fossem bebés:
estrume da burrica, bem fermentado, ao toro, monda manual de corriol ou
língua de passarinho, bolsa de pastor, veredo ou outra erva maligna.
Ali só havia lugar para o cardo. |
xáxaro / tchátcharo |
E as garotas? Também elas brincavam. Raramente os
dois sexos se juntavam no recreio da escola, mas apesar do muro divisório,
fácil era observá-las a jogar ao descanso (macaca) à roda com um lenço, à
rolha, ao ringue, à apanhada, à tchina ou tchátcharo... Era neste jogo
que eu mais as admirava. As tchinas eram cinco pedrinhas (seixos) bem
polidas, apanhadas em leito de ribeira, às vezes em buracos de calhaus
rolados, e depois exigia-se toda uma técnica manual quer com a palma quer com
a cota da mão. |
xica |
Ouviram-se as falas do costume na circunstância:
banca, carchanolas, chambaril, faceira, morcela da banca, passarinha,
seventre, sovina de esteva, xica... (unhas dos porcos; praxe: colocar
uma no bolso de outro). |
O nosso léxico e sonoridade vocal é o do meio onde somos criados, não nos sendo difícil identificar um beirão, um minhoto, um alentejano ou um algarvio, um madeirense ou um açoriano. Depois, aprendemos a falar por imitação e o falar local ou regional dissemina-se e consolida-se. Tal como nós começamos a falar sem conhecermos as regras da gramática, também o linguajar tradicional, por vezes, bem circunscrito e regional, pratica alguns fenómenos de que nem sequer tem consciência, quanto mais conhecimento.
As
pesquisas realizadas parecem apontar para a falta de estudos sobre os
localismos ou regionalismos linguísticos em Portugal que permitam mapear a sua
dispersão geográfica e reconhecer a exclusividade de um determinado vocábulo
numa determinada região. Daí que não se possa afirmar com segurança que as
unidades lexicais recolhidas constituam localismos ou regionalismos da região
mais ampla considerada (a raia central).
Parece
relativamente consensual que se deve a Leite de Vasconcelos o trabalho pioneiro
de sistematizar os dialectos e falares em Portugal[6]. São
igualmente apontados como importantes referências, os trabalhos desenvolvidos
por Paiva Boléo (1942, 1960 e 1962[7]), Barros
(2010), bem como algumas obras de carácter lexicográfico, como sejam o Atlas Linguístico
da Península Ibérica (ALPI), ou o Atlas Linguístico-Etnográfico de Portugal e
da Galiza (ALEPG).
No
prefácio do livro (Toscano, Cunha, 2018) que incluia alguns dos textos
publicados no blogue Baságueda, é dito: “Às
vezes o lápis discorreu rente ao chão, outras, empinou-se até à erudição,
desconstruindo e reconstruindo um mundo que subsistindo apenas na memória de
quem o viveu, constitui elemento inapagável da nossa identidade colectiva.
Neste nosso tempo de tendências uniformizadoras, é imperioso afirmar a nossa
diferença, sob pena de passarmos a indiferenciados, identitária e
culturalmente. Daí à irrelevância é um pequeno passo.”
A diversidade
linguística ao nível local ou regional constitui uma plataforma de afirmação identitária
que urge preservar. Os danos inerentes ao seu desaparecimento são
irreparáveis. Importa combater tal
ameaça.
BIBLIOGRAFIA
Atlas
Linguístico da Peninsula Ibérica (ALPI) - http://alpi.csic.es/pt-pt
Atlas
Linguístico-Etnográfico de Portugal e da Galiza (ALEPG) - https://www.frontespo.org/pt
BARROS, Vitor Fernando (2010), Dicionário de
Falares das Beiras, Âncora Editora/Edições Colibri
BOLÉO, Manuel de Paiva (1960) “O estudo dos
falares portugueses antigos e modernos e sua contribuição para a história da
língua”, Actas do III Colóquio Internacional de Estudos
Luso-Brasileiros, 2, Lisboa, 1960, pp. 418-428;
BOLÉO, Manuel de Paiva, SILVA, Maria Helena
Santos (1962), "O Mapa dos Dialectos e Falares de Portugal
Continental", Boletim de Filologia XX, pp. 85-112
HARARI, Y.N. (2017) Homo Sapiens – uma breve história
da humanidade, Elsinore.
TOSCANO,
Vitor, CUNHA, Anselmo (2018), Baságueda.
[1] O blogue
Baságueda foi criado em Abril de 2005 e encontra-se alojado em “https://basagueda.blogspot.com/”.
[2] O Vitor
Toscano, irmão mais velho, deixou-nos em 15 de Novembro de 2020. O presente
artigo aproveita alguns dos escritos que ele foi publicando no Baságueda entre
2005 e 2019, razão que justifica que ele apareça como co-autor.
[3] Por
regional, toma-se o território que inclui, grosso modo e sobretudo, os
concelhos da raia central, ainda que o espaço e comunidade de referência tenha
sido, quase sempre, a da aldeia de origem dos autores: Aldeia do Bispo,
concelho de Penamacor.
[5] Todas as
consultas foram efectuadas no dicionário online Priberam, alojado em https://dicionario.priberam.org/
[6] https://document.onl/documents/dicionario-de-regionalismos-e-arcaismosleite-de-vasconcellos.html